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Umuarama – A cana-de-açúcar virou uma das poucas esperanças de sobrevivência para os produtores rurais. A fila de donos de terras que buscam parceria com as usinas é cada vez maior, segundo o gerente agrícola da Usina Santa Terezinha, em Ivaté (noroeste do estado), Paulo Trindade. A usina tem plantados 25 mil hectares de cana e pretende expandir a área em 2,5 mil hectares na safra do próximo ano. "Se precisasse de mais 5 mil hectares para novos plantios, eles seriam obtidos com facilidade", afirmou Trindade. A oferta de áreas às usinas aumentou nos últimos meses por causa do bom momento vivido pelo setor e dos problemas enfrentados pelos produtores de soja, milho, algodão e outras culturas.

O produtor João Padilha, de Umuarama, possui 240 hectares plantados com cana. A parceria com a usina já dura dez anos e ele diz que não pretende sair da atividade. Antes, cuidava de gado e vivia em dificuldades financeiras. Agora mora na cidade e, independente do clima, recebe todos os anos de R$ 900 a R$ 1 mil pela cessão de cada alqueire (2,42 hectare). Quem arrendou a terra para o plantio de soja na safra atual vai receber menos: em média, R$ 750 em cada alqueire, segundo a Secretaria Estadual de Agricultura.

Na região de Umuarama, em 2005 eram cultivados 120,9 mil hectares de cana. Em 2006, o número saltou para 134 mil, num crescimento de 10,8%. Com a cultura da soja, ocorreu o inverso. A área caiu de 202,5 mil ha em 2005 para 181 mil em 2006.

Para o presidente do Sindicato Rural de Umuarama, Renato Fontana, a crise está levando muitos agricultores a abandonar a atividade, para não ter prejuízo. Fontana quer que o governo crie um programa para salvar a agricultura, assim como fez com o Proer, para salvar o bancos, e o Refis, para ajudar as empresas.

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