Especialista em segurança no trânsito, o professor Eduardo Ratton, do Departamento de Transportes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), defende o aumento da fiscalização do uso do cinto. "Mas tem de ser uma fiscalização educativa: se não houver conscientização, não adianta multar por multar", alerta.

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O advogado Marcelo Araújo adverte que se deve ter cautela na fiscalização. "Há divergências sobre a obrigatoriedade da abordagem, mas o agente só deve multar se tiver certeza", afirma. Araújo lembra que uma película escura pode dificultar a visualização do cinto. O mesmo pode ocorrer quanto o motorista veste uma roupa escura. "Nos carros antigos, com cinto subabdominal, o agente precisa fazer a abordagem, pois não é obrigatória a substituição do equipamento original", acrescenta. Há ainda conversíveis modernos cujos cintos têm um ponto de fixação mais baixo, atrás da porta, que não pode ser visto pelo agente.

O advogado aponta ainda uma dificuldade adicional no transporte coletivo. "O motorista não tem como controlar todos os passageiros em um veículo com dez ou mais lugares", afirma. Ele defende mudanças na legislação para que o condutor deixe de ser responsabilizado caso algum passageiro seja flagrado sem cinto.

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Marcelo Araújo propõe ainda ações educativas de divulgação do uso do cinto por meios indiretos, como o chamado merchandising social, em novelas, seriados e filmes. "As pessoas se espelham em seus ídolos. Assim como hoje não faz mais sentido exibir os heróis fumando nos filmes, também não se justifica mostrar motoristas ou passageiros sem cinto nos carros", compara.

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