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As atividades em sala de aula incluíram debates sobre profissões e a preparação de um jornal. | Divulgação/
As atividades em sala de aula incluíram debates sobre profissões e a preparação de um jornal.| Foto: Divulgação/

Paola Zanini Kern Alves iniciou as aulas determinada: neste ano, faria com que seus alunos fossem capazes de ler, analisar, interpretar e desenvolver o senso crítico. O desafio não era nada fácil; mas a professora estava certa de que a utilização do jornal como recurso faria a diferença na aprendizagem. “A leitura na escola, por ser uma prática social, não se restringe apenas a textos fragmentados de livros didáticos. Vai além, é um processo abrangente e dinâmico. Escolhemos o jornal pois contribui para a produção de conhecimentos do dia a dia, com metodologias variadas e atividades concretas da realidade vivida pelos alunos”, conta.

Interação

Os alunos não assumiram uma posição passiva na relação ensino-aprendizagem. Além de ler os textos publicados no jornal, eles fizeram visitas e também tiveram a oportunidade de fazer o próprio material.

Paola leciona na Escola Especializada Primavera, no bairro Tarumã, em Curitiba, para uma turma de alunos com deficiência intelectual. O tema escolhido para o projeto foi “Profissão: trabalho, sociabilidade e inclusão”. Com idades entre 11 e 15 anos, os estudantes iniciaram as atividades por meio do conhecimento da mídia, em particular do caderno de Economia da Gazeta do Povo, identificando reportagens e imagens, e relacionando-as às profissões em destaque.

Família e escola

Uma das etapas foi a pesquisa realizada em casa com pais e familiares. Cada estudante elaborou uma entrevista, com perguntas sobre o processo de escolha da profissão, o que mais e menos gostam, e como é o local de trabalho. Para reforçar o vínculo, algumas mães conversaram com a turma, relatando suas experiências profissionais. Os resultados foram ilustrados com produções artísticas, como esculturas e desenhos, feitas pelos estudantes. Paola também abordou as atividades profissionais da própria escola: os alunos vivenciaram o dia a dia de cada funcionário – fonoaudióloga, psicóloga, cargos administrativos, coordenadora, cozinheira, fisioterapeuta. Visitas ao comércio local e entrevistas com os trabalhadores das ruas da vizinhança complementaram a atividade. As percepções foram expressas por meio da rádio da escola.

O jornal permite uma reflexão sobre as diferentes situações culturais e sociais, oferecendo ao aluno com deficiência inúmeras formas de compreender este mundo.

Paola Zanini Kern Alvesprofessora.

Para finalizar, Paola estimulou a criação do jornal da turma sobre economia. Desenhos, fotografias, recortes e textos ilustraram tudo o que já tinha sido trabalhado. O jornal foi apresentado para a comunidade escolar, com a presença de pais e funcionários. Segundo a professora, o principal resultado foi a mudança no comportamento dos alunos – que passaram a participar mais e a se expressar perante os acontecimentos à sua volta –, emitindo opinião própria e demonstrando curiosidade para o conhecimento. “O projeto foi de extrema importância. Promover a leitura de mundo é tarefa da escola, do professor, da família e da comunidade”, conclui.

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