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O lançamento do programa Brasil sem Fronteiras: acesso pelo mérito, e não pelo critério do “quem indica” | Roberto Stuckert Filho
O lançamento do programa Brasil sem Fronteiras: acesso pelo mérito, e não pelo critério do “quem indica”| Foto: Roberto Stuckert Filho

Enem será critério para seleção

A nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será usada como um dos critérios para definir os estudantes brasileiros que terão acesso a bolsas de estudo no exterior durante a graduação. Hoje, o exame já é utilizado na seleção de estudantes tanto para vagas em universidades federais, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), quanto para as bolsas do Pro­grama Universidade para Todos (ProUni).

O programa Ciência Sem Fronteiras contempla todos os estados e inclui passagem aérea, bolsa mensal, seguro-saúde, auxílio-instalação e taxas de uso de infraestrutura. O valor das bolsas depende do curso, mas o auxílio mínimo é de US$ 800 (cerca de R$ 1,2 mil). Alunos de graduação deverão de ter feito ao menos 40% do curso e, no máximo, 80%.

Ranking

Apesar de ocupar a 13.ª posição no ranking mundial de produção científica, o Brasil está em 47.º lugar no ranking de inovação. Classificando como "precários" esses indicadores, o mi­­­nistro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse que eles mostram de forma clara a necessidade de o país avançar nos incentivos a bolsas de estudo. "Na área de inovação, o Brasil está muito distante da posição que detém na economia mundial’’, disse.

O governo federal lançou ontem o programa Brasil sem Fronteiras, que prevê 100 mil bolsas de estudo no exterior para estudantes brasileiros até 2014. Segundo a presidente Dilma Rousseff, serão 75 mil bolsas custeadas pelo governo – um investimento de R$ 3,1 bilhões. O governo espera que 25 mil bolsas sejam financiadas pela iniciativa privada. Um dos objetivos é melhorar a formação na área de ciências exatas, que, segundo Dilma e o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, tem deficiências no país. Ao oficializar o programa, Dilma afirmou que tem trabalhado para criar ações que permitam acesso de pessoas pelo mérito e não pelo "quem indica". "Nós não estamos fazendo programa baseado no quem indica. Estamos criando no Brasil ações orientadas pelo mérito dentro de um quadro de um grande esforço de garantir que as populações mais pobres tivessem acesso ao mérito. Isso para nós é muito importante", disse.

A presidente destacou que as bolsas são voltadas para as áreas exatas porque há uma deficiência nessa formação. "O Brasil tem de reconhecer que tem falhas e fraquezas. Se a gente as reconhece, damos um passo em direção ao fortalecimento", comentou. "Por isso o foco desse programa está nas áreas exatas. Não estamos dizendo que automaticamente vamos formar 75 mil ‘Einstens’ [em referencia ao cientista Albert Einsten]. Vamos formar a base de pensamento educacional do país. A expectativa é que eles voltem e se integrem às universidades, às empresas".

As bolsas serão prioritariamente para engenharias, ciências exatas (matemática, física e química), computação, produção agrícola, tecnologia aeroespacial, petróleo gás e demais áreas tecnológicas. Serão 27,1 mil bolsas para alunos de graduação, 24,5 mil para doutorado de um ano, 6,7 mil para doutorado integral e 2,6 mil para pós-doutorado. Outras 700 bolsas vão beneficiar o treinamento de especialistas, 860 serão para jovens cientistas e grandes talentos e 390 serão dedicadas a pesquisadores visitantes no Brasil.

As bolsas serão oferecidas em mais de 200 universidades fora do Brasil nas áreas de ciências da saúde, ciências da vida e engenharia e tecnologia. A seleção dos bolsistas será feita na primeira fase pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada) e pelo ProUni (Programa Universidade para Todos).

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