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Nagila, Maria Angélica e Luiza usam a sala para esgotar o leite e levar para os filhos | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Nagila, Maria Angélica e Luiza usam a sala para esgotar o leite e levar para os filhos| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

"É um momento só nosso, de reconhecimento. Sinto que ela me identifica como mãe". É assim que Nágila Bonomo, mãe de primeira viagem, define o ato de amamentar a pequena Sofia. Foi pensando em proporcionar mais experiências como essa e prolongar o aleitamento materno, e seus benefícios, o Ministério da Saúde criou o programa Mulheres Trabalhadoras que Amamentam.

No Paraná, o Grupo O Boticário foi reconhecido ontem como a primeira empresa do estado a implementar o programa na íntegra, com a homologação da Sala Nutriz. O espaço oferece estrutura básica para que as mães possam esgotar e armazenar o leite em local adequado, higienizado e com privacidade. As funcionárias gestantes recebem acompanhamento médico durante e após o parto e orientação específica sobre a amamentação.

Conciliar a maternidade e a carreira profissional é um dilema enfrentando por milhares de mulheres todos os anos quando, após a licençamaternidade, é hora de retornar ao trabalho e se adaptar à rotina distante do bebê. Muitas vezes, a amamentação é precocemente interrompida porque a mãe não dispõe de tempo ou estrutura para continuar amamentando.

Para transformar essa realidade, as empresas participantes do Mulheres Trabalhadoras que Amamentam devem atender a três requisitos para obter a certificação pelo Ministério da Saúde: licença-maternidade de seis meses, creche no local de trabalho e espaço para amamentação. Lançado em 2010, o programa já tem 12 mil instituições cadastradas, mas apenas 80 atendem aos três pilares do programa.

Beneficiadas

Luiza Doro e Maria Angélica Labres também são mães beneficiadas pelo programa. Todos os dias, elas vão até à Sala Nutriz, esgotam o leite e o armazenam no kit próprio que receberam durante a licença-maternidade. "Eu tinha a preocupação de manter a amamentação o quanto fosse possível. O leite materno é o melhor alimento e remédio que meu filho pode ter", diz Luiza.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que os bebês sejam amamentados até pelo menos os 2 anos de idade. O aleitamento materno reduz a mortalidade infantil em 13% e aumenta a imunidade contra várias doenças, além de intensificar o vínculo afetivo entre mãe e bebê.

Segundo Renara Guedes Araújo, consultora do Ministério da Saúde responsável pelo programa, o Brasil vive hoje um movimento de incentivo ao aleitamento materno. "É um projeto pelo empoderamento da mulher, que muitas vezes desconhece a importância do leite materno ou é desestimulada pelo médico e para de amamentar muito cedo. O apoio das empresas é fundamental nesse sentido, porque além de orientação, também deixa as mães mais seguras para continuar vivenciando a amamentação", conclui.

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