São Paulo Sem apresentar metas para não "ficar vítima da especulação com números" e abordando temas fundamentais de maneira genérica, o programa de governo do presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva, apresentado ontem, responsabiliza a "herança negativa" da gestão anterior pelo não cumprimento de promessas feitas em 2002. No texto de apresentação do plano, o governo anterior é acusado de "institucionalizar a corrupção", de "debilitar o Estado, frear o crescimento e concentrar renda e riqueza".
Os eixos do programa são o crescimento econômico (baseado na redução dos juros), distribuição de renda, ênfase na educação, segurança pública e reforma política. O texto de 40 páginas será detalhado em cerca de 30 cadernos temáticos que serão divulgados a partir da semana que vem.
Ao contrário de 2002, quando o programa de governo foi suplantado pela "Carta ao Povo Brasileiro", o PT diz claramente que em um eventual segundo mandato de Lula a ênfase será o crescimento econômico com distribuição de renda.
No entanto, embora cite explicitamente a redução dos juros como um dos objetivos, o documento em momento algum fala em mudanças radicais nas políticas adotadas até agora.
"Continuar mudando é o signo de um governo que está buscando sua reeleição e esta mudança significa, em muitos casos, aprofundar, dar prosseguimento. Não há contradição", disse o presidente nacional do PT e coordenador da campanha, Ricardo Berzoini.
O presidente Lula, em rápida entrevista depois do ato de lançamento, em São Paulo, explicou porque o texto não menciona metas concretas. "Eu de vez em quando brinco com vocês que eu queria que a imprensa lesse o programa de 2002. No programa está dito que o Brasil precisa criar 10 milhões de empregos. Hoje eu poderia repetir este número ou mais porque a sociedade brasileira cresceu. O que nós não queremos é ficar vítimas de especulação e números", afirmou Lula.
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