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Confusões em Palmeira: o Recanto dos Papagaios, antigo Rio Lajeado, marca a divisa com Balsa Nova | Dico Cândido/Prefeitura de Palmeira
Confusões em Palmeira: o Recanto dos Papagaios, antigo Rio Lajeado, marca a divisa com Balsa Nova| Foto: Dico Cândido/Prefeitura de Palmeira
  • O Arroio do Lajeado fica na divisa com Ponta Grossa. Nomes parecidos que fazem muita diferença

Entre Ponta Grossa e Pal­­meira, a pouco mais de 80 quilômetros de Curitiba, existe um riacho chamado Arroio do Pulador. Pelo menos era isso que constava na lei que instituiu o município palmeirense, em 1897. "Quando a equipe foi a campo, descobriu que o nome utilizado hoje é Arroio do Lajeado e que o Pulador é um ponto específico ao longo do curso do riacho", conta a diretora de Geociências do Instituto de Terras, Cartografia e Geociências (ITCG), Gislene Lessa. Ela está à frente do projeto "Nomes geográficos do Paraná: toponímia passo a passo", que está percorrendo o interior desde 2011 para verificar situações como essa em montanhas, rios e povoados e, com isso, atualizar os mapas paranaenses.

Até agora, foram visitados 32 municípios nas regiões dos Campos Gerais, Centro-Sul e Sudeste e já foi possível incluir 2.340 nomes nos registros geográficos do Paraná, corrigir 720 e atualizar 180 nomenclaturas. A equipe envolvida está gerando resultados que irão subsidiar um projeto ainda maior. "O trabalho que está sendo realizado no Paraná é pioneiro e ajuda a definir a metodologia que será usada no resto do país", comenta Marcia Mathias, gerente do Centro de Referência em Nomes Geo­­gráficos do Instituto Bra­­sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), instituição parceira do ITCG no projeto.

O número de desafios é grande. Além de corrigir a ortografia de acordo com a norma culta do português, é necessário prestar atenção em vocábulos vindos de outros idiomas e até na "estética" de alguns nomes. "Há montanhas com dois nomes, um alemão e um português, por exemplo. Sem falar no caso do Rio da Morte, que moradores queriam trocar apenas por acharem-no feio", aponta Gislene.

Na pesquisa, os especialistas lançam mão de estudos de várias fontes, como documentos e mapas antigos. Em alguns casos, não há sequer registro dos lugares, o que torna o trabalho ainda mais difícil. "Há pessoas de 80 anos que, mesmo sem muita instrução, viveram a história do município e se tornam fontes vitais", explica Gislene. "Há um grande esforço para visitar prefeituras, órgãos históricos e turísticos. Até filmes antigos nossos supervisores já viram para obter resultados", acrescenta Marcia.

Próximo passo

A partir de agora, o projeto vai focar nas regiões das bacias hidrográficas do Paraná e o Litoral, mas não há previsão para acabar. "O que o trabalho tem de importante, tem de demorado. Vamos buscar firmar parcerias com universidades e outras instituições para conseguirmos mais agilidade", sinaliza Gislene. Caso alguém tenha sugestões, basta entrar em contato com o ITCG pelo telefone (41) 3304-7000 ou pelo site www.itcg.pr.gov.br.

9 mil nomes foram pesquisados nos 32 municípios visitados até agora. Desses, 2.340 não existiam nas bases de dados originais e foram incluídos nos mapas do Paraná.

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