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Estimativa indica redução de carbono emitido pelo uso de terra e florestas desde 1990 | Antônio More/ Gazeta do Povo
Estimativa indica redução de carbono emitido pelo uso de terra e florestas desde 1990| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

Avanço

Queda no desmate e manejo de vegetação fizeram emissão cair

A última estimativa publicada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no ano passado é referente ao ano de 2010. Os dados indicam que houve uma redução significativa da quantidade de carbono que era emitido pelo uso de terra e florestas de 1990 para cá, principalmente depois de picos de gases estufa emitidos entre 1995 e 2005. No pico da emissão, em 1995, o setor de floresta era ‘líder’ em missões de gases estufa, com 1,95 milhares de toneladas emitidas, número que é sete vezes maior do que o registrado em 2010, na ordem de 279,1 milhares de toneladas de gases.

A redução dessas emissões pode ser atribuída, principalmente, à diminuição do desmatamento, mas também ao manejo de vegetação em determinadas áreas. Embora a agropecuária seja comumente apontada como vilã nas emissões de gases, os dados da estimativa mostram que, na realidade, os maiores aumentos dos últimos anos estão nos setores de energia e resíduos.

O último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês), divulgado no fim do ano passado, foi categórico: é inequívoco que a temperatura global está aumentando. Se reverter o quadro parece impossível, entender como funciona a emissão de gases e quais as possibilidade de adaptação e mitigação estão na mira de cientistas do mundo inteiro. No Paraná, uma equipe da Embrapa Florestas integra o projeto Saltus, que estuda a dinâmica da emissão de gases de efeito estufa e dos estoques de carbono das florestas brasileiras, tanto as naturais quanto as plantadas.

INFOGRÁFICO: Confira a mudança no padrão de emissão de gases estufa

O trabalho não é fácil. Rosana Clara Victoria Higa, pesquisadora da Embrapa responsável pelo projeto, explica que todos os braços da empresa estão envolvidos na tarefa. "Quando fazemos um inventário, analisamos o fator de emissão, com bases científicas, e investigamos onde se pode mitigar. É isso que procuramos", conta.

A equipe paranaense, por exemplo, atua em um reflorestamento de pinus/eucalipto em Rio Negrinho (SC).

O trabalho que é desenvolvido ali é o mesmo dos pampas, cerrado e outras regiões de floresta em todo país. A cada 15 dias, em média, a equipe faz uma medição dos gases que são liberados no solo, analisa o crescimento das árvores e as condições do terreno. Extrair todas essas informações é só o primeiro passo.

Depois, é preciso tabular tudo, analisar os dados e propor ações de adaptação e mitigação. "Temos de monitorar cada área por longos períodos. O trabalho é complexo, caro e exige bastante pessoal", diz. Por enquanto, a pesquisadora diz que ainda é cedo para afirmar que já foi estabelecido um padrão das mudanças climáticas no país e que ainda é preciso de mais tempo e espaço para análises.

Para Rosana, o uso do solo pelo homem é um dos nichos que podem trazer mais respostas sobre o padrão de emissão de gases estufa. Entender isso está no radar da Embrapa – que ainda desenvolve pesquisas em outras duas frentes, pecuária e agricultura. Mas também é preocupação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que monitora o compromisso nacional voluntário para a redução das emissões de gases em cinco setores (energia, processos industriais, agropecuária, uso do solo e florestas e resíduos).

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