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O cancelamento de verbas federais totalizando R$ 924,7 milhões, anunciado pela presidente Dilma Roussef ontem, provocou reação na fronteira entre Brasil e Paraguai, no Oeste do Paraná. Entre os projetos que sofreram cortes está a construção da segunda ponte entre os dois países, ligando as cidades de Foz do Iguaçu e Presidente Franco.

A determinação atende a remanejamento de orçamento aos Ministérios de Minas e Energia, dos Transportes, da Integração Nacional e das Cidades. O corte no projeto da segunda ponte foi de R$ 17,5 milhões. Além dele, outros dois projetos no Paraná também sofreram revés: a adequação de trecho rodoviário Cascavel-Guaíra, na BR-163; e a construção de trecho rodoviário ligando a BR-376 à BR-373, na BR-153. O total de cortes para os projetos paranaenses totalizou R$ 44 milhões.

Além de divulgar os projetos com verbas canceladas, o Diário Oficial da União também nominou os projetos que deverão receber novo orçamento. Entre os contemplados com a dotação, apenas um é do Paraná: a construção de Contorno Rodoviário no Município de Maringá, na BR-376, com soma de R$ 43,9 milhões.

O projeto da segunda ponte estava estagnado desde abril, quando a licitação para abertura de propostas para a construção fracassou. Na época, a assessoria do Dnit informou que a licitação, por seguir o Regime Diferenciado de Contratações (RDC), tinha seu valor máximo conhecido apenas pelo licitante. No entanto, conforme a ata da sessão de recebimento de envelopes e julgamento das propostas, esse valor está abaixo de R$ 195 milhões — o que não foi aceito pelas empresas. De acordo com diferentes fontes o orçamento da obra teria atingido a marca de R$ 300 milhões, ao ser somado à construção da perimetral leste.

"Barbaridade"

Sem contato com o Dnit, devido à greve dos servidores, informações detalhadas sobre o cancelamento para a construção da segunda ponte não foram fornecidas, tão pouco publicadas na página oficial do órgão.

Para o empresário Sér­­gio Lobato, presidente da Comissão Mista Brasil-Para­­guai Pró-Construção da Se­gunda Ponte, a notícia foi um golpe para ambos países. "Considero uma barbaridade. É um desrespeito ao povo do Paraná, e aos nossos irmãos paraguaios. Isso reflete negativamente no desenvolvimento de toda a região".

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