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Marco zero da fundação de Curitiba, a Praça Tiradentes é trajeto de milhares de pessoas que passam a trabalho, passeio ou dedicam parte do seu dia a apreciar o movimento sentado em um banco. Com o vaivém diário e os desgastes provocados pelo tempo e o clima, o que era para ser um majestoso ponto de referência do Centro da cidade se tornou um local de práticas ilícitas e que necessita de reformas urgentes na paisagem, estrutura e segurança.

Até agosto, os 7,2 mil metros quadrados da Tiradentes deverão passar por uma remodelação. A prefeitura, por meio do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), preparou um projeto de revitalização que pretende acabar com parte dos problemas apontados por transeuntes e comerciantes. Segundo o diretor de Parques e Praças da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), Sérgio Tocchio, serão destinados cerca de R$ 350 mil para a recuperação visual da praça (leia abaixo).

Entre as principais urgências citadas por quem freqüenta o local está a falta de iluminação, que incentiva a prática de delinqüências e contribui para que a praça seja um refúgio para usuários de drogas. A deficiência é causada pelas copas das árvores que impedem a passagem de luz natural e pela cor do piso – feito de asfalto – no centro da praça, que não reflete a luz proveniente dos postes luminosos.

Segundo os freqüentadores da praça, os problemas de segurança são mais visíveis à noite. Engraxate na Tiradentes há mais de 30 anos, Mivaldo Lopes dos Santos, 68 anos, diz que drogas circulam livremente pelo local. "É a pior praça de Curitiba nos fins de semana. Maconha sempre teve, mas com essas novas drogas, como o crack, a praça virou um ponto de usuários e traficantes. Aí o pessoal não vem para cá", afirma.

Durante o dia, as necessidades mais aparentes são de conservação. A praça é composta por árvores do gênero Ficus e ipês amarelos ao seu entorno. Com o crescimento das raízes, o asfalto que delimita o caminho do pedestre foi desnivelado, causando transtornos para quem passa pelo local. Algumas cercas que delimitam os canteiros foram pisoteados ou não existem mais. Onde a grama deveria embelezar os canteiros, um rastro de terra escurece ainda mais a paisagem. Os monumentos de bronze que fazem parte da praça estão pichados e sujos. "Precisa de uma reforma total", sintetiza o aposentado Francisco Cardoso, 80 anos. Freqüentador diário da praça, Cardoso vê com tristeza a destruição do local que para ele é um cano de escape quando a casa parece pequena demais. "Venho engraxar o sapato, tomar um café, conversar com os amigos. Mas está perigoso, tem muitos pedintes, que podem atacar quem está sentado, o mau cheiro de urina atrapalha e os bancos estão sujos do excremento dos pombos", reclama.

As revoadas de pombos são outro problema apontado por quem freqüenta a praça. "A gente senta no banco para conversar com os nossos colegas e aí eles sujam as nossas costas", aponta o aposentado Pedro Pinheiro, 65 anos. Há 20 anos, ele faz da Tiradentes uma extensão da sua casa. "Venho aqui todo dia de manhã, desde que sou aposentado", disse.

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