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Cerro Azul, no Vale da Ribeira, completa 110 anos só no ano que vem, mas a cidade já recebeu dois presentes em 2006. O primeiro veio em maio deste ano, com o término da pavimentação da PR-092, estrada que liga Cerro Azul a Rio Branco do Sul e, conseqüentemente, a Curitiba. A pavimentação com asfalto era reivindicada havia pelo menos 50 anos pelos cerro-azulenses, que consideram a obra o caminho mais curto para sair de um isolamento histórico.

A segunda boa-nova para a região pode ajudar a construir bases que vão muito além do asfalto. Quarenta pessoas, entre alunos e professores da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) iniciaram no último dia 14 as atividades da Operação Vale da Ribeira do tradicional Projeto Rondon – que pela primeira vez é desenvolvido no Sul do país.

O trabalho, que termina no dia 27, é um passo da maratona necessária para melhorar o incômodo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade: 0,68, um dos piores do Paraná. Duas ações dos rondonistas estão diretamente relacionados à economia da cidade. Alunos de Geografia, Turismo, Jornalismo e Administração de Empresas da UTP terminam nesta quarta-feira o mapeamento dos pontos com potencial turístico da cidade. O mapeamento deve resultar em um plano de desenvolvimento do setor, a ser entregue para a prefeitura. "Vamos preparar um mapa georreferencial de Cerro Azul, graças à utilização de tecnologia GPS", explica o estudante de Geografia da Tuiuti, Francelino Scznoski de Jesus.

Potencial a cidade tem. O Rio Ribeira alterna trechos indicados para banho com áreas de correnteza mais forte, onde poder ser praticado o rafting. Além disso, há uma cachoeira, grutas subterrâneas e cavernas. "Dá para aproveitar muito o turismo de aventura", afirma a diretora do Departamento de Turismo de Cerro Azul, Adriane Scremin.

Além do turismo, os rondonistas tentam melhorar a produtividade de uma das principais fontes de renda da cidade: a citricultura. Maicon Canton e Anderson Luís Mequelusso, acadêmicos de Gestão Ambiental na UFPR, participaram de encontros com produtores rurais da cidade. "Técnica eles têm. Podemos ajudar a organizá-los em cooperativas, diminuindo custos e gerando o diferencial de uma produção ambientalmente responsável", diz Maicon.

Grupos

A saúde é outra área contemplada pelos rondonistas. Um grupo trabalhou com agentes de saúde do município, com atualização e reciclagem profissional. Outra equipe dedicou-se a debater sexualidade com adolescentes da cidade. Alunas de Pedagogia, por sua vez, trabalharam leitura, prática de textos, metodologias de ensino e inclusão e atendimento para portadores de necessidades especiais com professores da rede municipal de Cerro Azul.

Todos os grupos locais de trabalho que estão atuando em Cerro Azul e no Vale da Ribeira vão receber relatórios dos rondonistas e um documento oficial com os resultados e as indicações para o município será repassado para o Ministério da Defesa.

"Os alunos estão vivendo uma experiência completamente nova e os municípios ganharam um auxílio coordenado e capacitado", diz o comandante da Marinha e coordenador do Rondon no Paraná, José Amádio da Silva. Além de Cerro Azul, o projeto está presente em outros seis municípios do Paraná.

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