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Áreas nativas

Confira o funcionamento do Pagamento por Serviços Ambientais, que terá fiscalização do IAP

• Proprietários de áreas com mais de 20% de área nativa receberão compensação financeira. As áreas deverão estar registradas no Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

• O produtor deverá apresentar certidões negativas de débitos ambientais e a averbação das áreas. Em áreas urbanas, o terreno deve estar de acordo com o Plano Diretor Municipal.

• Os critérios para pagamento serão definidos por decreto governamental, baseados no tamanho do imóvel, área de cobertura vegetal nativa e região da propriedade.

• Os recursos virão de produtores com déficit de reserva legal, licenciamentos ambientais, podendo também vir de doações de entidades nacionais e internacionais.

Emissão de gases

A política de mudanças ambientais busca proteger a água, economizar energia, capturar carbono, investir em energias alternativas e em educação ambiental

• A primeira diretriz busca reduzir as emissões de poluentes na sua origem ou pela captura de gases. Serão criados mecanismos para setores responsáveis pela emissão de poluentes compensarem danos, investindo em projetos de conservação e recuperação de florestas.

• A segunda diretriz é a de adaptação, na qual é prevista a intervenção nos impactos causados pelas mudanças climáticas, como o diagnóstico de áreas vulneráveis a enchentes.

• Também será incentivado o aumento da matriz energética renovável e o transporte sustentável. Empresas que reduzirem emissões receberão incentivo fiscal e financeiro.

Dois projetos encaminhados pelo governo do Paraná à Assembleia Legislativa na semana passada pretendem instituir mecanismos para incentivar e ampliar a preservação ambiental no estado. Um deles prevê o pagamento por serviços ambientais prestados por produtores rurais, enquanto outro estabelece um conjunto de políticas relacionadas às mudanças climáticas. As duas propostas fazem parte do Programa Bioclima Paraná, a ser lançado nos próximos meses pelo governo. As iniciativas foram elogiadas por especialistas da área ambiental, mas suscitam dúvidas quanto a sua execução.

Já utilizado em outros países, o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) tem experiências no Brasil, através do poder público e de organizações não governamentais (ONGs). A ideia consiste em remunerar os produtores que contribuam para a conservação da mata nativa além do que já é previsto em lei. Atualmente, o mínimo de vegetação a ser preservada obrigatoriamente é de 20%. Os critérios para estabelecer os valores pagos serão baseados no tamanho do imóvel, da área de cobertura vegetal nativa conservada e da região onde estiver inserida a propriedade.

Segundo o secretário de Estado do Meio Ambiente, Jonel Iurk, o objetivo é promover uma transferência de recursos entre entes privados, sem onerar a população. "Se um grande proprietário rural não tem reserva legal [mínimo de cobertura nativa], ele vem e busca o que chamamos de biocrédito. Na outra ponta, aquele que tem vegetação a mais do que a lei exige recebe esse crédito", explica. Diretor executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Borges acredita que esse tipo de ação deveria ter sido implantada há pelo menos dez anos. "Hoje existem apenas 0,4% da cobertura original de araucárias. O desafio é recuperar as áreas no prazo de dois a três anos", avalia. A própria SPVS já desenvolve projeto semelhante desde 2003 em 30 áreas no Paraná e Santa Catarina. A estimativa é de que cerca de mil áreas possam receber o incentivo no estado.

Para Efraim Rodrigues, professor doutor de Recursos Naturais na Universidade Estadual de Londrina, a implantação do PSA é válida, desde que haja continuidade. "Haverá recursos a longo prazo para manter esses pagamentos?", diz.

Menos poluentes

O segundo projeto do governo institui a Política Estadual de Mudanças Climáticas, que tem entre suas metas a proteção de fontes de água e captura de carbono. Para isso, serão criados mecanismos para compensar os danos causados pela emissão de poluentes, com incentivos para empresas que reduzirem essas emissões.

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