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São Paulo

Promotor denuncia padre de Franca suspeito de abuso contra menores

Juiz da 2ª Vara Criminal vai decidir se aceita ou não os argumentos. Religioso nega abuso de adolescentes que o ajudavam na paróquia

O promotor José Lourenço Alves, de Franca, a 400 km de São Paulo, denunciou o padre José Afonso, conhecido como Padre Dé, ao juiz da 2ª Vara Criminal da cidade. A denúncia segue para a apreciação do juiz. Caso a receba, o juiz determinará a citação do acusado, que então terá que apresentar sua defesa por escrito, em dez dias. O padre nega as acusações.

Segundo o MP, o promotor acatou a versão apresentada por supostas vítimas, que disseram ter sido molestados pelo padre e que o acusam de crimes sexuais praticados em continuidade contra oito adolescentes, os mesmos que auxiliavam o padre em cerimônias ou eram por ele preparados para a vocação sacerdotal.

No entendimento do promotor, a autoridade e ascendência do padre sobre os adolescentes é causa de aumento da pena a ser eventualmente aplicada. Os fatos narrados na denúncia ocorreram em Franca, em 2010, 2009 e 2001, com exceção de um que ocorreu em seminário localizado no município mineiro de Capinópolis, em 1995.

O inquérito policial que apurou denúncias contra o padre chegou na segunda-feira (19) às mãos do promotor. O inquérito foi encaminhado pela delegada Graciela Ambrosio, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), na sexta-feira (16). A delegada indiciou o padre, que nega as acusações por dois crimes: estupro de vulnerável (menor de 14 anos) e violação sexual mediante fraude (acima de 14 anos).

Caso seja condenado, o padre pode pegar pena entre 6 e 20 anos, reduzida à metade por ele ter mais de 70 anos.

O caso chegou à DDM em meados de março, após denúncia ao Conselho Tutelar do município. Sete jovens entre 12 e 16 anos informaram à Polícia Civil que padre Dé os beijou e fez carícias em seus órgãos genitais neste ano.

Outros dois adultos, que dizem ter sido molestados pelo sacerdote quando menores de idade, também foram ouvidos e acusaram o padre Dé, que está afastado das atividades religiosas pelo bispo de Franca, Pedro Luiz Stringhini. O bispo encaminhou formalmente o caso à Nunciatura Apostólica, que funciona como uma embaixada do Vaticano no Brasil.

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