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O Ministério Público encaminhou hoje à Justiça o recurso contra a pena de 20 anos dada a Mizael Bispo de Souza pela morte de sua ex-namorada, Mércia Nakashima. Para a Promotoria, a pena ideal aplicada seria de 24 anos e seis meses de reclusão. A decisão de recorrer já tinha sido apresentada no mês passado, mas os argumentos do recurso foram entregues apenas nesta segunda-feira (15).

Entre os vários pontos questionados pelo promotor Rodrigo Merli Antunes na pena aplicada a Mizael está a desconsideração de "maus antecedentes" e da "conduta social desregrada" do réu.

Ele também aponta como problema o aumento da pena em apenas um ano pelo agravante de Mizael ter feito uso de "recurso que dificultou a defesa da vítima". No recurso, o promotor afirma que o magistrado foi "por demais benevolente"."Muito embora [o magistrado] tenha sido brilhante em quase todos os momentos de sua fundamentação, acabou pecando em alguns poucos critérios, os quais, todavia, comprometeram a reprimenda final fixada, esta a transmitir para a sociedade uma sensação de impunidade mesmo tendo havido a condenação do apelado", aponta o promotor.

O julgamento de Mizael foi concluído no dia 14 de março, após quatro duas de júri. Na ocasião, o juiz Leandro Bittencourt Cano afirmou que Mizael "sabia da licitude da conduta, mas mostrou insensibilidade com a vida humana".

Ele acrescentou ainda que o crime corresponde a uma "conduta desprezível, que supera o limite do tolerável", e disse que Mércia foi "atraída ardilosamente a uma cilada" e que o crime causou "danos psicológicos e incomensurável aos familiares da jovem".O promotor afirmou ao término do júri que poderia pedir uma investigação da defesa de Mizael devido às acusações feitas no plenário de que a polícia teria "forjado provas" contra o réu. Segundo ele, poderia ser solicitada investigação "para apurar crimes contra a honra".

No julgamento, Mizael e sua defesa afirmaram que a alga encontrada no sapato do réu foi forjada. O material foi usado para liga-lo ao local onde foi encontrado o corpo de Mércia, a represa de Nazaré Paulista (a 64 km de São Paulo). No depoimento, Mizael negou participação no crime.

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