O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) afirmou em entrevista coletiva nesta sexta-feira (22) que a prefeitura da cidade opera ilegalmente no tratamento aos usuários de crack por não possuir uma quantidade mínima necessária de unidades de saúde especializadas para o combate às drogas.

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O município possui atualmente apenas três Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-Ad). O ideal, segundo a Promotoria, seria que o número chegasse a 50.

Além disso, o Ministério Público informou que, em reunião realizada mais cedo com representantes da Secretaria de Saúde e Secretaria do Desenvolvimento Social, a prefeitura disse que não ocorreram internações involuntárias.

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"O que o município informou hoje é que todas essas internações foram voluntárias. Isso a gente vai checar", relatou o promotor Rogério Pacheco. De acordo com Pacheco, essa foi a justificativa dada pela prefeitura para não comunicar as internações involuntárias, o que deveria ter ser feito em no máximo 72 horas.

Em entrevista a imprensa na última terça-feira, os gestores informaram que tinham sido feitas 29 internações involuntárias e uma internação de uma mulher que teve uma parada respiratória, realizadas com laudo médico devido ao risco de vida.

As internações compulsórias ocorrem com autorização judicial.

O secretário municipal de Governo, Rodrigo Bethlem, disse que as pessoas foram levadas à força para unidades de saúde, e lá foram convencidas a aceitarem o tratamento.Desse modo, segundo ele, 29 deles teriam assinado um termo concordando com a internação.

Questionado se os dependentes tinham condições de assinar o termo apesar do tratamento à base de calmantes, o secretário informou que acha "pouco provável que essas 29 estivessem todas dopadas".

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O Ministério Público entregou uma recomendação à prefeitura pedindo a rede de saúde seja ampliada e que os promotores sejam comunicados em até 72 horas sobre qualquer internação involuntária.

Em nota, o município afirmou que serão abertos dois novos Caps-Ad nos próximos 30 dias.

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