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Após a descoberta que uma das empresas investigadas pela Operação Águas Profundas, da Polícia Federal, foi doadora do PT nas eleições, o DEM vai tentar usar a CPI das ONGs, que hiberna no Senado, para investigar os contratos da Petrobrás. A tática para lançar a estatal à berlinda é, inicialmente, pedir análise de repasses feitos por ela a organizações não-governamentais. A avaliação de líderes do DEM é que, depois disso, haveria brecha para ampliar o foco e investigar contratos da empresa e os vínculos com o PT. O partido já tem, inclusive, uma lista de tópicos para abordar, entre eles os contratos com a GDK, com prestadoras de serviços ligadas ao ex-secretário do PT Sílvio Pereira, e repasses feitos à CUT.

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Mal-estar – A Operação Águas Profundas pegou de surpresa quase toda a diretoria da Petrobrás. Em caráter reservado, os diretores se queixam pelo fato de o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, que sabia da investigação, não ter comunicado ao restante do colegiado.

Ausência – Renan Calheiros (PMDB-AL) era aguardado pelo cerimonial que organizou a cerimônia de abertura do Pan no Rio. Precavido, o presidente do Senado evitou comparecer ao evento. "Ia levar uma vaia maior que a do Lula", afirma um parlamentares que estava no Maracanã.

Trio parada dura – Os fiéis escudeiros de Renan no PMDB foram apelidados de MCC: "Microfone, Chinelo e Cabelo". São Almeida Lima (SE), com seus discursos veementes, Gilvam Borges (AP), que só usa sandálias, e Wellington Salgado (MG), famoso pelas madeixas volumosas.

Déjà vu – Diante da tática de retardar o desfecho do caso, um senador do DEM vê semelhanças nas manobras de Renan com o processo de cassação do ex-deputado José Dirceu: "O próximo passo vai ser recorrer ao STF", prevê.

Em casa – No jantar de desagravo com prefeitos alagoanos na semana passada, Renan prometeu aos conterrâneos que fará um périplo pelo interior do estado durante o recesso do Congresso. Disse que, em meio ao sufoco, é hora de buscar "força nas bases".

Contrabando – A assessoria técnica do PSDB preparou um documento contestando a inclusão na LDO, pelo governo, de R$ 1,1 bilhão, sem detalhamento, ao plano de investimentos prioritários. Segundo os tucanos, o adendo foi feito depois da votação da proposta na Comissão de Orçamento.

Inchaço – Apesar das restrições impostas pelo TSE, pelo menos dois partidos nanicos seguem em regime de engorda na Câmara: a bancada do PSC, após formar bloco com o PMDB, já tem dez deputados. O PRB, do vice-presidente José Alencar, soma três.

Consolo – Com seu projeto de reeleição ameaçado pela provável candidatura do tucano Geraldo Alckmin, Gilberto Kassab (DEM) comemorou pesquisa Vox Populi do dia 5. Nela, sua gestão é aprovada por 33% dos paulistanos. E o prefeito saiu do vermelho, diz o levantamento: a nota média dos mil entrevistados foi 5,17.

Avulsos – Antônio Palocci, José Genoíno e Aloízio Mercadante, estrelas do PT historicamente ligadas ao antigo Campo Majoritário, não entraram em nenhuma das chapas formadas para o Congresso do partido, em agosto.

Vento sul 1 – O ex-Campo Majoritário deve se unir a outras correntes do PT numa frente para tentar tirar das mãos dos grupos de Tarso Genro, Olívio Dutra e Raul Pont, que selaram aliança inédita, o domínio do partido no Rio Grande do Sul.

Vento sul 2 – A frente dará apoio à deputada Maria do Rosário na disputa com o ex-ministro Miguel Rossetto pela vaga de candidato na eleição a prefeito de Porto Alegre.

TIROTEIO

* Do senador JARBAS VASCONCELOS (PMDB-PE) sobre o fato de o presidente Lula ter desistido, sob vaias, de ir ao microfone para abrir oficialmente os Jogos Pan-Americanos do Rio:

– Para quem se acostumou com platéias preparadas, não deve ser fácil enfrentar a realidade de um Maracanã lotado.

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