O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o palanque montado nesta quarta-feira, 28, por ocasião da cerimônia de comemoração dos 30 anos da CUT, para fazer uma defesa enfática do programa Mais Médicos, que é o carro-chefe do Ministério da Saúde e da provável campanha do ministro Alexandre Padilha para o governo paulista em 2014.
"Acho abominável um grupo de pessoas fazer protesto contra profissionais de outros países que fizeram um favor para nós de vir ao Brasil cobrir os lugares que os médicos brasileiros não querem ir", disse Lula no final da noite. Ainda segundo o ex-presidente, os médicos cubanos que foram hostilizados nesta semana em Fortaleza "tiveram a grandeza da atitude humanitária" de optar por trabalhar nas regiões mais isoladas do Brasil.
"Ninguém está reivindicando vir pra avenida Paulista ou Copacabana. Não é isso. A gente está contratando esses médicos para que eles venham trabalhar, para ir para os lugares que os médicos não querem ir". Lula concluiu dizendo: "Sou solidário a Dilma e ao Padilha pela coragem de trazer os médicos ao País", disse o ex-presidente, que foi o último a discursar no evento e ocupou o palco por quase uma hora.
Lula defendeu ainda outra bandeira do governo de Dilma Rousseff, que é a reforma política. "Não tem hipótese de mudar o quadro político desse país se não tivermos uma reforma política. Enquanto não tiver financiamento público de campanha, essa situação que temos na política não vai mudar", afirmou. "No preço que está uma campanha, um trabalhador nunca mais será eleito deputado. A política está ficando para rico", avaliou.
As declarações foram dadas por Lula durante cerimônia de comemoração dos 30 anos da CUT, realizada no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo do Campo. Além do ex-presidente, estavam presentes no local o ex-ministro condenado no caso do mensalão, José Dirceu, a ministra da secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, entre outros.
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