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Apesar de todas as partes envolvidas – situação, oposição e estudantes – clamarem de boca cheia pela democracia, o que se viu ontem na Reitoria da UFPR, em Curitiba, foram demonstrações explícitas de truculência e autoritarismo. Principalmente por parte dos estudantes que quiseram invadir a reunião do Conselho Universitário a qualquer custo.

O confronto começou pouco antes das 9 horas, com um duelo de caminhões de som. De um lado, representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) exigiam que a reunião fosse aberta aos estudantes, para que a pressão levasse os conselheiros a acatar o pedido de sindicância. Aos gritos de "Moreira, que ignorância! Tá com medo da sindicância!", eles incitavam os alunos a pedir espaço na reunião.

Poucos metros adiante, em outro caminhão de som, representantes de outras entidades estudantis que, na terça-feira, subscreveram uma carta exigindo a manutenção do resultado da consulta à comunidade acadêmica, pediam a homologação de Carlos Augusto Moreira Júnior à frente da lista tríplice. Numa faixa acima do trio elétrico se lia: "Ei, Francisco, pare de chorar! O que deu na urna tem que respeitar!"

Parecia que o confronto se restringiria à sobreposição de discursos e palavras de ordem entre os dois caminhões rivais, e que o tumulto seria apenas sonoro. Até que um grupo de aproximadamente 50 estudantes começou a tentar furar o cordão de isolamento feito por seguranças da UFPR na porta da Reitoria. O princípio de tumulto estava instaurado.

Pouco depois, manifestantes invadiram uma central telefônica no segundo andar do edifício D. Pedro II e abriram um buraco na parede de compensado que a separa do local onde estavam os conselheiros. Foi quando a Polícia Federal foi acionada, e subiu ao local com as armas em punho, aparentemente disposta a prender os invasores. Depois de muita discussão e sob os holofotes da mídia, a PF desistiu de dispersar os jovens.

Os alunos passaram então a forçar a porta de acesso ao prédio central da reitoria, até que conseguiram derrubá-la. Mas os policiais estavam do outro lado e lançaram jatos de spray de pimenta para evitar a invasão do prédio. Com a polícia obstruindo a passagem, os estudantes voltaram ao pátio da Reitoria, onde tentaram forçar a entrada pelo menos mais três vezes. No meio do empurra-empurra, vários ovos foram jogados nos seguranças que protegiam as portas. Questionado se o quebra-quebra não tirava a razão dos manifestantes, o estudante Bernardo Pilotto disse que foi o meio encontrado por eles para fazer valer o direito de participar da reunião. (LP)

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