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Palmeira – Uma semana após o enterro das meninas Daiana Hartman Comin, 14 anos, e Maria Helena Cordeiro, 11 anos, executadas por traficantes há 15 dias, a população de Palmeira continua revoltada. Ontem, foi realizada uma missa em memória das garotas. A igreja matriz da cidade ficou lotada. Após o culto, os habitantes protestaram pelas principais ruas do centro. Os comerciantes aderiram à manifestação e fecharam as lojas. Segurando faixas e cartazes com fotos das meninas, cerca de 200 pessoas pediam mais segurança. Os manifestantes pararam na frente à prefeitura, do fórum e da delegacia, onde três dos cinco envolvidos no crime estavam presos. Com medo de uma invasão e de linchamento, a Polícia Civil transferiu os criminosos para Ponta Grossa e Guarapuava momentos antes do protesto.

"Queremos Justiça, que os culpados sejam punidos", disse a mãe de Maria Helena, Maria de Lourdes dos Santos, que passou alguns dias em Porto Amazonas, a 22 quilômetros de Palmeira, para se recuperar do choque. O pai da menina, João Cordeiro, lembrava da sua filha durante os gritos de protesto. "Ela sempre tinha tudo que pedia. Não tinha porque ter participação com drogas", afirmou. As meninas teriam sido executadas por não repassarem o dinheiro da venda das drogas aos traficantes – cerca de R$ 1 mil.

Maria Helena e Daiana eram filhas de pais separados, de família de classe média-baixa e moravam no mesmo bairro. Bastante amigas, costumavam andar juntas todos os dias. Elas só se separavam pela manhã, porque estudavam em escolas diferentes. Aplicadas e estudiosas, as garotas estavam em férias quando foram assassinadas. Maria Helena iria para a 6.ª série, enquanto que Daiana estudaria a 8.ª. De acordo com os últimos depoimentos dos criminosos, Daiana seria a única envolvida com os traficantes e começaria a distribuir drogas para os alunos da escola onde estudava. Maria Helena teria sido morta para não incriminar os envolvidos. "Minha filha não tinha envolvimento com drogas. Foi morta de graça", disse Cordeiro.

A mãe de Daiana, Ivete Hartman, duvida da participação da garota com traficantes. "Não tem explicação. Ela nunca falou nada e saía pouco de casa", disse. No entanto, Ivete confirmou que Paulo Fernandes Machado, assassino confesso das meninas, era conhecido de Daiana e freqüentava a sua casa.

A manifestação também serviu para que outras famílias atingidas pela crescente violência na cidade também pedissem Justiça. Adriele Rodrigues dos Santos, de 14 anos, foi encontrada morta há duas semanas em um rio da cidade. A irmã da menina, Roseni Rodrigues, acredita que ela teria sido morta também por traficantes. A polícia ainda investiga o caso.

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