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Foz do Iguaçu – Taxistas paraguaios impediram na manhã de ontem a passagem de táxis, motos, vans e carrinhos com mercadorias para o lado brasileiro no terceiro dia consecutivo de protesto contra a fiscalização da Receita Federal (RF) na fronteira. Os motoristas garantem que a manifestação terminará apenas quando os carros paraguaios apreendidos no Brasil forem liberados.

A tropa de choque da Polícia Nacional do Paraguai acompanhou de perto a movimentação e novamente impediu que a Ponte da Amizade, ligação entre os dois países, fosse fechada. Os taxistas estão concentrados na aduana de Ciudad del Este, onde fazem piquete para impedir parcialmente o trânsito de veículos, obrigando a maioria dos sacoleiros a voltar ao Brasil a pé, carregando mercadorias nas costas.

A expectativa dos manifestantes é encerrar o movimento hoje à tarde, desde que pelo menos 20 dos cerca de 70 carros paraguaios apreendidos este ano em Foz do Iguaçu sejam liberados. Segundo o vice-presidente da Federação dos Taxistas de Ciudad del Este (Fetace), Jony Castilho, os proprietários dos veículos apreendidos recorreram da decisão na Justiça e estão aguardando a liberação dos automóveis. Até o fim da tarde de ontem, a RF não havia recebido comunicado oficial para liberar os carros, que foram apreendidos por transportar mercadorias para fins comerciais.

Castilho diz que o movimento já conseguiu algumas vitórias, como a formação de uma força-tarefa que ficará responsável por autuar estrangeiros que trabalham ilegalmente no comércio de importados. A fiscalização deve começar na próxima semana e pode atingir parte dos cerca de 7 mil brasileiros que trabalham nas lojas de Ciudad del Este. Segundo os taxistas, as autoridades paraguaias têm de usar o rigor da lei contra os brasileiros, como a RF vem fazendo com os paraguaios.

Os taxistas pretendem levar as reivindicações pessoalmente ao presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, que hoje estará em Ciudad del Este para inaugurar obras. "Nossas autoridades têm de apertar as autoridades brasileiras", diz o secretário do Fetace, Henrique Rolon.

Apesar da Ponte da Amizade não estar fechada, o protesto afeta o comércio de Ciudad del Este. Segundo o presidente do Centro de Importadores e Comerciantes de Alto Paraná (Cicap), Charif Hammoud, a imagem da cidade vem sendo abalada com as manifestações. "A região acaba perdendo e o turista simplesmente deixa de viajar para Foz do Iguaçu", diz. Segundo Hammoud, o movimento de compristas caiu 90%.

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