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Curitiba

Protesto termina com cenas de guerra na capital

Manifestação reuniu 15 mil pessoas. Foram registrados vários atos de vandalismo em confrontos em frente ao Palácio Iguaçu e à Arena da Baixada. Ao menos 30 foram presos

 | Brunno Covello/Gazeta do Povo
(Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo)

Cenas de guerra nesta sexta-feira (21) marcaram o fim do quinto protesto em Curitiba, o mais violento até agora. A manifestação, que começou pacífica e reuniu 15 mil pessoas, registrou confrontos em frente à Arena da Baixada e ao Palácio Iguaçu. Pelo menos 30 pessoas foram presas e ainda não há o número total de feridos. Tubos de ônibus, orelhões e prédios particulares e de órgãos públicos foram vandalizados. Lojas e restaurantes foram saqueados.

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Veja fotos do protesto desta sexta-feira em Curitiba

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A 2ª Farofada do Transporte Público começou às 18 horas na Praça Rui Barbosa. Os organizadores não tinham a intenção de deixar o local, mas a maioria dos manifestantes saiu em passeata por ruas da região central, mesmo embaixo de chuva. Um grupo chegou a bloquear totalmente a Avenida Sete de Setembro. Outro foi até a Praça do Japão. Boa parte dos manifestantes, porém, se dirigiu à Arena da Baixada e ao Palácio Iguaçu, onde aconteceram confrontos violentos.

Guerra no Centro Cívico

A Polícia Militar estima que pelo menos 10 mil pessoas estavam nas proximidades do Palácio Iguaçu na noite desta sexta-feira. Um pequeno grupo de manifestantes hostilizou os policiais que guardavam a frente da sede do governo com rojões e pedras. A ordem para agir veio depois que alguém jogou uma coquetel molotov em um dos policiais, de acordo com o Coronel Adilson Castilho Cacipas, chefe da Casa Militar. Eles atiraram bombas de gás lacrimogêneo e atiraram balas de borracha para dispersar os manifestantes.

Formou-se um cenário de guerra no local. Manifestantes depredaram estações-tubo, orelhões, lixeiras e prédios da região da Praça Nossa Senhora de Salete e da Avenida Cândido de Abreu. A sede da Prefeitura e outros prédios públicos e particulares tiveram janelas quebradas, pichações e outros danos materiais. Uma agência do Bradesco foi depredada, lojas e restaurantes foram saqueados, além de alguns princípios de incêndio. Pelo menos 14 pessoas foram presas. Não há informações sobre o número de feridos entre os manifestantes. Entre os policiais, três ficaram feridos.

Confronto na Arena

Manifestantes e membros da torcida organizada Os Fanáticos, do Atlético-PR, entraram em confronto em frente à Arena da Baixada. Os grupos se atacaram com paus, pedras e bombas. A tropa da choque da PM foi acionada e a situação só foi pacificada por volta das 21h15, depois de mais de uma hora de tumulto.

Os torcedores se posicionaram em frente à Arena da Baixada para "proteger" o patrimônio do clube de possíveis vandalismos. De acordo com o ex-vereador Julião Sobota, membro da diretoria da torcida Os Fanáticos, do Atlético, a torcida ficou sabendo que outras organizadas teriam a intenção de depredar o estádio, que passa por reformas para a Copa de 2014.

Paulo Henrique Sordo Carlim, 21 anos, estava no local e afirma ter apanhado de um grupo de quatro pessoas. Ele levou vários pontos na cabeça. "Era pra ser pacífico, não imaginei que fosse chegar a isso", disse.

Repercussão

O governador Beto Richa se manifestou sobre as cenas de guerra vistas no Centro Cívico na noite desta sexta-feira. Em sua página no Facebook, Richa afirmou que "responsáveis pela destruição no Centro Cívico serão identificados, presos e punidos".

Também na rede social, o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, afirmou que imagens e fotos dos responsáveis pelos atos de vandalismo serão enviadas à Policia Civil, Polícia Federal e ao Ministério Público. Fruet disse também que os atos no Centro Cívico ultrapassaram todos os limites e que é necessário separar os vândalos dos manifestantes. "Mais do que nunca, peço diálogo entre os poderes, contenção de ânimos e toda segurança à cidade", disse o prefeito. Os reparos aos bens públicos destruídos nesta noite terão início na manhã deste sábado (22).

Fugiu do controle

Os organizadores da Farofada admitiram ter perdido o controle sobre a manifestação. No início do protesto, eles pediram para que não houvesse violência ou vandalismo e que as pessoas não deixassem a Praça Rui Barbosa, mas a maioria dos manifestantes saiu em passeata logo depois das 18 horas, em grupos que seguiam direções diferentes.

Um grupo grande caminhou pela Avenida Sete de Setembro e bloqueou todo o trânsito da região, nos dois sentidos. Um biarticulado parou em frente ao Shopping Curitiba para as pessoas descerem. Uma ambulância teve dificuldade para romper o ato. Houve registro de atos de vandalismo cometidos por grupos bem pequenos contra carros parados na região.

Desse grupo maior, uma parte foi até a Praça do Japão. Outros manifestantes seguiram o sentido contrário e foram à sede do governo estadual. Outro grupo se direcionou à Praça Santos Andrade.

Alguns manifestantes reclamavam da falta de liderança do ato e a maioria não sabia a direção da marcha. "Uma amiga quase foi atropelada. Não sei o que está acontecendo, falta organização", disse Cinthia Volpato, 20 anos, gerente de vendas.

Os manifestantes levavam cartazes contra a PEC 37 (que tira o poder de investigação do Ministério Público), a favor do passe livre e outras solicitações. "Tanta coisa errada que não cabe em um cartaz", dizia um dos cartazes.

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