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Rio de Janeiro - A punição para o capitão da Polícia Militar acusado de omissão de socorro no latrocínio de Evandro João da Silva, coordenador do AfroReggae, pode levar anos. A comprovação das demais suspeitas, como receptação e liberação dos assassinos, também exigirá esforço da perícia do Centro de Criminalística da Polícia Militar. As avaliações são do coronel Paulo Ricardo Paúl, ex-corregedor da Polícia Militar. Segundo ele, desde 1987 apenas 10 oficiais foram excluídos da corporação.

"O processo de expulsão dos oficiais demora anos. Caso opte pela punição, o Conselho de Justificação da PM vota se o oficial deve ser excluído, reformado ou reintegrado. Em caso de exclusão, a punição é enviada para o secretário de Segurança Pública. Se for mantido o expurgo, o caso vai para o Tribunal de Justiça do Estado e ainda caberá recurso", revelou Paúl.

Em sua gestão na Correge­doria, a partir de março de 2005, ele excluiu mais de 500 praças e enviou "dezenas de oficiais" para o Conselho de Justi­ficação, mas os processos contra estes últimos não foram concluídos antes de Paúl deixar o cargo, em janeiro de 2008. As expulsões de soldados, cabos e sargentos são rápidas e aos borbotões. A cada dois dias, um é expurgado da corporação. Foram 1.716 policiais excluídos entre 1999 e 2009, segundo a Corregedoria da PM.

O ex-corregedor diz que o caso do coordenador do Afro­Reggae causou comoção, mas ressalta que as provas contra os policiais são frágeis. Nos depoimentos, o capitão Dennys Leo­nard Nogueira Bizarro, sentado no banco do carona, disse não ter visto Evandro. O cabo Mar­cos de Oliveira Sales, que dirigia o carro e passou ao lado do corpo, também alegou não ter visto a vítima. Os dois disseram que após a liberação dos dois sus­­peitos – agora identificados e presos – jogaram a jaqueta e os tênis em uma lixeira.

"É muito grave colocar os pertences na viatura e não apresentar na delegacia, mas esta é a única infração clara no vídeo", avaliou Paúl.

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