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O delegado Messias Antônio da Rosa empunhando uma escopeta apreendida nesta manhã; ao fundo os dois presos pelo porte ilegal da arma | João Varella/Gazeta do Povo
O delegado Messias Antônio da Rosa empunhando uma escopeta apreendida nesta manhã; ao fundo os dois presos pelo porte ilegal da arma| Foto: João Varella/Gazeta do Povo
  • Weryckson Ricardo Pontes (de negro) e Michel Afonso Machado, suspeitos de matar um empresário na madrugada de quinta-feira
  • Material apreendido pela Polícia Civil na manhã desta sexta-feira

Uma quadrilha de traficantes do bairro Pilarzinho, em Curitiba, é apontado pela polícia como responsável por três homicídios registrados na quinta-feira (26) - entre eles, o que vitimou o dono de uma videolocadora. Nesta sexta-feira (27), o 3º Distrito Policial prendeu dois traficantes apontados como o "braço armado" do bando. Um deles é Weryckson Ricardo Pontes, acusado e inocentado de ter matado e queimado o corpo de Ana Claudia Caron, em agosto de 2007.

Segundo o delegado Messias Antônio da Rosa, a região do Pilarzinho é comandada pelo traficante conhecido como Marcelo e seu braço-direito, Osvaldo, chamado de "Bicudo". Ambos estão foragidos.

Uma das vítimas, Lucas Angelo Menolli, 24 anos, teria sido um dos colaboradores do bando. "O Lucas começou a crescer dentro de quadrilha e ficar sabendo demais. Marcelo mandou matá-lo", afirma o delegado. O corpo foi encontrado em Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba, na manhã de quinta-feira. Pontes confirma ter ido vender drogas com Menolli, mas nega ter assassinado o companheiro de tráfico. Uma pistola calibre 380 com numeração apagada foi apreendida no local onde ele foi preso. A Polícia Civil estima que essa foi a arma do crime.

Mais mortes no Pilarzinho

Na mesma data em que Menolli foi executado, William Leite, 21 anos, e Adriano Rodrigues da Cunha, 17, foram assassinados no bairro. O crime se deu em frente a casa de Cunha, na Rua Antônio Petruziello, às 21h. Pela posição em que os corpos foram encontrados, a polícia estima que os assassinos mandaram a dupla deitar. Cada um levou um tiro na cabeça.

Segundo informações da Polícia Militar, populares relataram ter visto três bandidos correndo logo após o crime por uma quadra e depois entrar em um veículo. A irmã de Cunha contou que ele havia recebido ameaças pelo telefone no início do mês. Os parentes dele negam que ele tivesse envolvimento com o tráfico de drogas. Messias confirma as mortes têm relação com a mesma quadrilha que matou Menolli.

Prisão

Nesta manhã, o 3º Distrito Policial recebeu informações anônimas dando conta de que parte do bando de Marcelo estaria em uma casa inacabada no final da Rua Elfrida Roessler Jacumasso, bairro Tanguá, em Curitiba. Uma equipe de policiais foi até o local e prendeu Pontes, que tem 21 anos, e Michel Afonso Machado, 27. Além deles, o adolescente de 17 anos foi apreendido. Ele é apontado como um dos autores do assassinato de Menolli.

Absolvido por falta de provas

Pontes, o único adulto indiciado como autor do homicídio da universitária Ana Claudia Caron, foi absolvido pela Justiça no dia 21 de janeiro deste ano. O Ministério Público não recorreu da decisão por entender que não havia provas contra ele. Pontes chegou a ficar 14 meses preso.

O assassinato de Ana Cláudia, que tinha 18 anos, ganhou repercussão nacional. Ela foi levada por dois homens armados quando estacionava o carro, próximo de uma academia, na Rua Paula Gomes, no Centro de Curitiba, no dia 21 de agosto de 2007. Os bandidos entraram no carro e fugiram com a vítima. O corpo dela foi encontrado queimado dois dias depois na Rodovia dos Minérios. Ana Claudia cursava o primeiro ano de Educação Física, na Universidade Federal do Paraná.

No final da mesma semana, Pontes e Ângela Ferraz da Silva, que tinha 22 anos na época do crime, foram presos e dois adolescentes foram apreendidos, todos acusados de envolvimento na morte. A prisão de Pontes foi realizada depois de um dos menores, que tinha 17 anos na época, apontá-lo como o mandante do crime. A única prova que a polícia tinha para incriminar Pontes era o depoimento do menor.

Uma acareação foi marcada em outubro do ano passado entre Pontes e o já adulto e réu confesso autor do crime, que mudou a versão. Afirmou que apontara Pontes como mandante do crime em razão de uma briga que eles tiveram um dia depois do assassinato. Após a acareação, a Justiça acatou um pedido de liberdade para Pontes.

Pontes nega ter tomado parte no assassinato de Ana Cláudia, mas admitiu trabalhar como traficante à reportagem da Gazeta do Povo. "Conseguia R$ 150 a 200 por dia", contou, sobre o lucro que obtinha com a venda de drogas. Na ficha policial, ele diz ser motoboy. "Sou um tralha mesmo. Se não for com o tráfico, vou viver com o quê?", disse.

Sobre a execução de Menolli, Pontes se reservou ao direito de se manifestar apenas em juízo.

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