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Material apreendido pela Polícia Federal na Operação Tarja Preta, deflagrada ontem na grande Curitiba | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Material apreendido pela Polícia Federal na Operação Tarja Preta, deflagrada ontem na grande Curitiba| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Distribuidora e farmácias da RMC estariam no esquema

O delegado-chefe do serviço Sul de Operações Especiais de Fronteiras, Wagner Mesquita de Oliveira, revelou os nomes das farmácias e da distribuidora investigadas por suposto envolvimento no esquema: Biofarma (Xaxim, Zona Sul da capital), Farma Plus (Jardim das Américas, Zona Leste), Farmais (São José dos Pinhais), Farma Caron (Campina Grande do Sul) e a distribuidora ANB Farma.

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Pela internet

Veja como funcionava o esquema de envio ilegal de medicamentos:

1 - "Monstro", como era conhecido o cabeça da organização, fazia contatos com interessados no serviço por meio de fóruns na internet.

2 - Depois de um primeiro contato pelos fóruns virtuais, a negociação do produto passava a ser feita por e-mail criptografado.

3 - Feita a negociação, os clientes, sempre de outros países, faziam o depósito por meio da instituição financeira Western Union. "Monstro", então, sacava o pagamento aqui no Brasil.

4 - "Monstro" enviava os produtos pelos Correios. Para não despertar suspeitas, os comprimidos eram escondidos em embalagens de complexos vitamínicos, que têm envio permitido, ou eram colados em cartões postais. A origem dos produtos seriam as farmácias e distribuidora de medicamentos envolvidas no esquema por meio da participação de proprietários, funcionários e farmacêuticos.

Anvisa aposta em banco de dados para coibir comércio ilegal

Para aumentar o controle sobre a venda dos medicamentos de tarja preta e evitar que eles acabem no mercado negro, sendo comercializados ilegalmente, no início do ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) começou a implantar um novo sistema, que possibilita o cadastramento online de informações sobre a movimentação destas mercadorias em todo o país. Por enquanto, somente farmácias e drogarias fazem parte do sistema, mas o objetivo é incluir também as indústrias farmacêuticas e as distribuidoras.

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Uma organização criminosa, com sede em Curitiba, que atuava no tráfico internacional de drogas pela internet foi desarticulada, ontem, pela Polícia Federal (PF). Oito pessoas foram presas, duas em flagrante. Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão. O grupo participava de um esquema ilegal de venda de remédios de uso controlado que eram utilizados como entorpecentes. A ação da PF, batizada de Operação Tarja Preta, cita o envolvimento de pelo menos quatro farmácias e uma distribuidora de medicamentos da capital e outros municípios da região metropolitana.

Durante a operação, foram apreendidos R$ 22 mil em dinheiro, 2 mil comprimidos de medicamentos controlados, uma pistola Taurus 765 com alerta de roubo, comprovantes de envio de mercadorias por correspondência, computadores, receitas médicas e veículos. De acordo com a PF, investimentos imobiliários e contas correntes utilizados para a lavagem do dinheiro originado do narcotráfico foram bloqueados.

Todas as prisões ocorreram na grande Curitiba. Além do líder da quadrilha e de sua mulher, foram presos donos e funcionários de farmácias ligadas ao esquema. Os nomes dos presos não foram divulgados. Os acusados responderão por tráfico internacional de entorpecentes, falsificação de medicamentos, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.

De acordo com polícia, o grupo remetia medicamentos controlados e psicotrópicos, principalmente morfina e derivados, para os Estados Unidos, países europeus e Canadá. O carro-chefe do negócio da organização criminosa era, segundo a PF, uma substância chamada de Oxicotin, derivada da morfina, também conhecida como "heroína dos pobres". Com o uso controlado, a medicação é indicada no alívio de dores, mas com um efeito semelhante ao da heroína, é comum que seja usada como entorpecente, de acordo com a polícia.

Segundo as investigações, "Monstro", como era conhecido o cabeça da organização, fazia contatos com interessados no serviço por meio de fóruns na internet. Em seguida, negociava o produto por e-mail criptografado. Os clientes, sempre de outros países, faziam o depósito por meio da instituição financeira Western Union. "Monstro", então, sacava o pagamento aqui no Brasil, enviando, em seguida, os produtos pelos Correios. Para não despertar suspeitas, os comprimidos eram escondidos em embalagens de complexos vitamínicos, que têm envio permitido, ou eram colados em cartões postais.

A origem dos produtos seria as farmácias e distribuidora de medicamentos envolvidas no esquema por meio da participação de proprietários, funcionários e farmacêuticos. "Queremos entender, agora, como o esquema funcionava dentro das farmácias", afirma o delegado-chefe do serviço Sul de Operações Especiais de Fronteiras, Wagner Mesquita de Oliveira.

As investigações da PF começaram há cerca de três meses, a partir de informações da agência americana antidrogas, a Drug Enforcement Administration (DEA). A troca de informações entre as polícias brasileira e americana levou à apreensão de 450 comprimidos de medicamentos controlados e à prisão de duas pessoas, no último dia 18, no momento em que elas retiravam pacotes das mercadorias ilegais nos correios nos Estados Unidos.

De acordo com a PF, a organização estava agindo desde 2003. O lucro girava entre US$ 200 e 300 mil por ano. Segundo a polícia, a carteira de "clientes" do grupo cresceu, principalmente, a partir de 2006, quando uma quadrilha que atuava de forma semelhante foi desarticulada no interior do estado de São Paulo. "Eles herdaram os clientes da quadrilha desmantelada", diz Oliveira.

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