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Uma operação da Polícia Federal (PF) contra o tráfico de drogas internacional cumpre mandados de prisão, busca e apreensão e condução coercitiva nesta sexta-feira (23) em sete estados do país, entre eles o Paraná. Goiás, São Paulo, Pará, Minas Gerais, Mato Grosso e Santa Catarina completam a lista de locais nos quais a quadrilha possuía ramificações. Em Londrina, foram cumpridos dois mandados, mas a PF não soube especificar e nem detalhar esses mandados até o meio-dia. A ação foi batizada como Águas Profundas e deve prender ao menos 10 pessoas até o fim desta sexta.

A investigação que levou ao desmanche da quadrilha, sediada em Goiás, contou com o apoio da Receita Federal e já ocorria havia dois anos e meio. Conforme a PF, os criminosos utilizavam estratégias de organização idênticas às de grandes empresas. Princípios da economia de mercado eram aplicados com a utilização de recursos contábeis, comerciais e cambiais. As ações visavam o maior lucro possível e aplicavam uma constante busca pela redução de custos. Tudo era coordenado por um líder altamente qualificado para conduzir os "negócios" do tráfico.

O alcance logístico do grupo criminoso chegou a diversos estados, conforme apontou as investigações, por causa de uma ampla rede de instituições utilizadas no esquema. Havia, de acordo com a PF, uma rede de aeroportos, portos, despachantes aduaneiros, casas de câmbio, construtoras, hotel, fazendas e empresas agropecuárias. Tudo operava de forma a facilitar o escoamento e a movimentação dos entorpecentes.

A PF informou que a operação bloqueia dezenas de contas bancárias, com o congelamento de todo o dinheiro depositado nas contas. Também é realizado na ação o sequestro de imóveis do grupo, o que inclui nove fazendas, inúmeras casas, quatro apartamentos beira-mar, hotel, diversos lotes, chácara, quotas em empresas e a apreensão de veículos em nome dos investigados.

Planos do grupo envolviam construção de submarino e compra de Boeing

A Polícia Federal aponta que o grupo criminoso alvo da operação desta sexta-feira tem ligações com outras quadrilhas internacionais de tráfico de drogas. A suspeita é que há mais de 30 anos ocorra cooperação entre grupos criminosos com base em países como Holanda, Suriname, República da Guiné, Estados Unidos, China, Venezuela, Uruguai, Paraguai, Bélgica, Espanha, França, África do Sul, Itália, Bolívia, Chile e Peru, entre outros.

As investigações teriam apontado que quantias altíssimas de dinheiro circulavam entre organizações desses países. Em uma espécie de associação, os grupos pretendiam, conforme a PF, construir um submarino destinado ao transporte de entorpecentes pelo oceano. O "narcosubmarino" seria construído na planta de uma mineradora sul-africana e teria inclusive, conforme a PF, um orçamento com valores de peças cotados e expectativa de altos ganhos financeiros com o novo projeto.

A polícia divulgou ainda que estava nos planos dessa organização a compra de um avião Boeing 737 próprio para o transporte de entorpecentes. Eles teriam a intenção de constituir uma empresa aérea internacional de fachada para assim transportar o que quisessem via aérea sem levantar suspeitas.

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