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A maior apreensão de pasta-base de cocaína já feita na região da Tríplice Fronteira dá pistas de como as quadrilhas de narcotráfico têm alterado a logística desse tipo de crime na região. Neste ano, o total de cocaína apreendida é seis vezes superior ao que foi retido em 2009. Na noite de quarta-feira, cerca de 80 quilos da droga foram encontrados nos pneus de uma caminhonete que havia sido apreendida pela Polícia Rodoviária Federal na semana anterior.

A droga foi descoberta por agentes da delegacia da Receita Federal (RF), em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado. O veículo havia sido retido por estar com quatro pneus novos, o que poderia caracterizar crime de contrabando conforme a legislação aduaneira. A vistoria da caminhonete foi agendada para quarta-feira, no pátio da RF, mas o motorista não compareceu. Segundo a assessoria de imprensa da RF, o cheiro forte já havia chamado a atenção dos servidores.

Ao retirarem os pneus, os fiscais descobriram a pasta-base distribuída em vários tabletes envoltos nas rodas, o que permitia que o veículo circulasse normalmente. Avaliada em cerca de R$ 1 mi­­lhão, essa foi a maior apreensão da droga feita na região. De acordo com a Polícia Federal (PF), a encomenda seria levada para São Paulo. O motorista está sendo procurado.

Dados da PF indicam que, apesar de a maconha ainda ser a droga que mais ingressa no país pela tríplice fronteira, algumas quadrilhas têm dado preferência para as substâncias mais caras e rentáveis, como a cocaína e seu principal derivado, o crack. Enquanto no primeiro semestre de 2009 foram tirados de circulação cerca de 50 quilos de cocaína, este ano já passa de 300 quilos.

Outra mudança de estratégia dos narcotraficantes está no recrutamento dos "mulas", para transportar a droga. Nos anos anteriores, de cada três presos, um era brasileiro e dois estrangeiros, de maioria paraguaia. Do final de 2009 até agora, essa proporção se inverteu. Dos 150 detidos, 105 são brasileiros e 45 estrangeiros. "Como os paraguaios estavam bastante visados, passaram a adotar outras estratégias na tentativa de dissimular o ilícito e despistar a polícia", explica o chefe de operações da PF, delegado Marco Smith.

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