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O Paraná tem condições de reverter o quadro de violações apontadas no 3.º Relatório Nacional de Direitos Humanos no Brasil. A afirmação é de especialistas entrevistados pela Gazeta do Povo, como o jurista René Dotti, o sociólogo Pedro Bodê e o procurador-chefe da Procuradoria da República no Paraná, João Gualberto Garcez Ramos. Eles falaram sobre como melhorar a investigação, acabar com a exploração do trabalho infantil e a importância da "federalização" dos direitos humanos.

Segundo Dotti, o tema segurança pública e política criminal, omissão do estado e tragédia social se tornou corrente nas suas palestras em universidades, pelo anseio da população por leis mais drásticas, o que não é a solução do problema. "O grande número de homicídios e a insegurança social ocorrem pela falta de meios na polícia, Ministério Público e Judiciário", afirmou. "É preciso denunciar a falta de material humano para reduzir o número de crimes. Eles acontecem pela falta de policiamento e pela certeza de impunidade", destacou.

Já Ramos disse que a "federalização" dos crimes de violação dos direitos humanos, que permite a Justiça Federal também julgar os delitos, não alterou a procura das vítimas à procuradoria. "O povo ainda não se deu conta de que pode nos procurar caso tenha medo de ir à polícia."

Com relação à exploração do trabalho infantil, Bodê, que é coordenador do Centro de Estudos de Segurança Pública e Direitos Humanos da Universidade Federal do Paraná, aponta a falta de políticas públicas e de consciência social para acabar de vez com a situação. "Isso ocorre por falta de projetos para manter as crianças na escola, fiscalização do trabalho infantil e a consciência do empresariado para não contratar esse tipo de mão-de-obra", disse. (JNB)

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