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A polêmica em relação à utilização do lodo de esgoto na agricultura não se resume à aplicação. Ambientalistas e a Sanepar ainda têm opiniões diferentes quanto à qualidade do material, classificado como A (que oferece menos riscos à saúde humana e ao meio ambiente) e B. A resolução 375 do Conama estabelece os critérios com base na presença de coliformes, ovos de helmintos (vermes intestinais), vírus e salmonelas. As restrições à aplicação dependem da qualidade do lodo.

"Nosso lodo seria classificado como classe A, mas não realizamos análises de salmonela e vírus", disse o agrônomo Eduardo Pegorini, da Sanepar. O engenheiro Fernando Fernandes, que participou das pesquisas para a reciclagem, disse que são feitos monitoramentos que apontam um material classe A. "Observamos que depois de um mês havia uma eliminação dos patógenos", afirmou. "Mas, se não tiver um procedimento que mantenha essa segurança, pode no dia seguinte apresentar uma concentração maior."

Para a ambientalista Zuleica Nicz, integrante do Conama, não há meio termo. "Tecnicamente, não existem ‘características’ de lodo classe A. Pode ter características de A durante o processo de produção, mas não existe lodo classe A provisório", disse. Além da presença de patógenos, a resolução classifica o lodo de acordo com o tratamento – a reciclagem com cal, utilizada pela Sanepar, entra na categoria B.

A discussão levou o engenheiro agrônomo José Croci Filho, da Câmara de Agronomia do CREA-PR, a questionar a aplicação. "Precisamos de mais informações para que possamos ter segurança ao recomendar o produto." Segundo o agrônomo Benno Doetzer, da Emater, o acompanhamento é constante. "A Emater indica as áreas e faz a recomendação agronômica", disse. (JML)

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