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Ônibus destruído por incêndio: em menos de 24 horas, cidade registrou dois ataques contra o transporte coletivo | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Ônibus destruído por incêndio: em menos de 24 horas, cidade registrou dois ataques contra o transporte coletivo| Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

Memoria: PCC queimou mais de 80 em SP

Os ataques em Londrina seguem um padrão estabelecido em 2006 pelo Primeiro Comando da Capital, em São Paulo. Como protesto contra a transferência de líderes da facção criminosa, o PCC ordenou que integrantes do grupo queimassem ônibus nas ruas da cidade para criar pânico.

A estratégia levou a população ao desespero: mais de 80 ônibus foram incendiados em uma semana que teve 170 mortes em São Paulo. Houve rebeliões em 74 cadeias de São paulo e em outros estados. O governo de São Paulo acabou cedendo e a cidade voltou ao normal depois de uma semana.

Londrina - Quatro pessoas suspeitas de participação em dois atentados contra ônibus do transporte coletivo de Londrina foram presas em uma operação realizada pelas polícias militar e civil, além do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Outros quatro rapazes foram detidos por crimes como tráfico de drogas, associação ao tráfico e porte de arma de uso restrito. Um celular com imagens dos criminosos cantando momentos antes de incendiar um veículo foi apreendido.

Os dois ataques ocorreram com menos de 24 horas de diferença. Os ônibus foram incendiados supostamente como represália por maus-tratos aos detentos do Centro de Detenção e Resso­cialização (CDR). Depois dos ataques, a polícia intensificou o policiamento em bairros da zona sul. Participa­ram da operação, realizada durante a tarde de ontem, 130 policiais.

"A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em três bairros: Jardim União da Vitória, Ouro Branco e Vila Fraternidade", afirmou o delegado-chefe da 10.ª Subdivisão Policial, Sérgio Barroso. No Jardim União da Vitória, por exemplo, as entradas do bairro foram fechadas por policiais, que revistavam todas as pessoas que entraram no local. Carros, motos e ônibus foram parados antes de seguirem caminho ao bairro. Nos ônibus, todos os passageiros eram obrigados a descer para ser revistados. A imprensa não teve acesso ao bairro durante a operação policial.

De acordo com Barroso, oito pessoas foram detidas. Quatro delas eram suspeitas de participação nos atentados aos ônibus. Um dos quatro rapazes seria o mandante dos dois ataques, executados por grupos diferentes de pessoas. "O mandante foi encontrado dentro de casa, com dois primos. Lá havia uma metralhadora 9 milímetros, crack, cocaína, balança de precisão, um revólver calibre 38 e três carregadores de metralhadora", afirmou o delegado. Os dois primos do suposto mandante foram autuados por tráfico de drogas, associação ao tráfico e porte de arma de uso restrito. Os dois não teriam participação nos atentados.

Segundo o delegado, os quatro suspeitos de participação na queima dos ônibus teriam sido reconhecidos por testemunhas. Além deles e dos dois rapazes a polícia prendeu outro homem, cuja participação ainda está sendo investigada. Por fim, um adolescente foi apreendido com um celular em que havia imagens de um dos dias dos atentados.

Represália

Nos dois atentados, os criminosos deixaram mensagens afirmando que os atos eram represália a supostos maus tratos no Centro de Detenção e Ressocialização (CDR). Ontem pela manhã, o diretor do CDR, major Raul Leão Vidal, afirmou que não há qualquer irregularidade e que também não foram registradas queixas dos detentos nos últimos dias.

Ele ainda disse não acreditar que os crimes estejam relacionados à atuação de facções criminosas. No entanto, Vidal entregou aos promotores uma lista com 26 nomes de presos que estariam ligados a organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), que estão isolados em uma ala do presídio.

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