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A Rua Eduardo Geronasso, no Boa Vista, ainda estava fechada ontem pela queda de duas árvores | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
A Rua Eduardo Geronasso, no Boa Vista, ainda estava fechada ontem pela queda de duas árvores| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Árvores em risco

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Área urbana requer espécie de pequeno e médio porte

O professor de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Sanquetta, alerta que o plantio de árvores em áreas urbanas deve priorizar espécies de pequeno a médio porte. Assim evita-se o risco de quedas sobre casas, veículos e fiação elétrica. "Não podem ser árvores grandes, cujas raízes afetam as calçadas, nem com copa muito grande, que encosta na fiação elétrica", afirma.

Segundo ele, grande parte das árvores antigas de Curitiba foram plantadas sem planejamento, o que agrava a situação toda vez que a cidade é atingida por tempestades e ventos fortes. "É necessário preparar um espaço adequado para a árvore se desenvolver com profundidade nas raízes, o que dá firmeza para elas."

Poda

Outro ponto que ele enfatiza é a necessidade de poda adequada. "Às vezes podam a copa da árvore de forma que ela fica desequilibrada, aumentando o risco de algum acidente", salienta. O professor ainda considera que o município deve realizar um monitoramento para evitar que as árvores sofram com doenças e fiquem frágeis. "Se a árvore apresenta risco, ela tem de ser retirada", ressalta.

A cada nova tempestade, dificilmente uma árvore escapa ilesa. Em Curitiba, somente no último fim de semana, foram registradas aproximadamente 400 ocorrências de árvores ou galhos bloqueando o trânsito após a forte chuva que atingiu a cidade no sábado. Além disso, desde o início do ano, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) registrou 959 casos de interrupção de energia elétrica provocados por árvores ou galhos que atingiram a fiação de luz.

Segundo a assessoria de imprensa da Copel, do total de interrupções em 2012, 454 correspondem a quedas de árvores inteiras e 505, a galhos. De acordo com a Defesa Civil, apenas em Curitiba 43 mil residências ficaram sem energia elétrica em decorrência da tempestade do fim de semana. A energia foi restabelecida totalmente ontem.

Censo arbóreo

O alto índice de danos provocados por quedas de árvores alerta para a necessidade de agilizar a rearborização da capital e a retirada de árvores antigas e de grande porte. Desde 2007, quando o Plano de Arborização teve início, apenas 24 dos 75 bairros da cidade passaram pela avaliação prevista pelo plano. Segundo o diretor do Departamento de Poda Vegetal da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, José Roberto Roloss, cerca de 100 mil árvores foram avaliadas no período. A estimativa é que existam 300 mil no município.

"Com o censo arbóreo a equipe analisa a necessidade de retirar a árvore, de podá-la ou tratá-la. Se a árvore é retirada, planta-se uma nova espécie, mas não se pode plantar árvores de grande porte", explica Roloss. Segundo ele, a cada ano uma média de quatro a seis bairros passam pela avaliação. Neste ano foram analisados: Pinheirinho, Capão Raso, Hauer, Novo Mundo, Fazendinha e Cabral. De acordo com Roloss, nas localidades em que é realizado o censo, o risco de danos causados por quedas de árvores é praticamente nulo.

Morador do bairro Ahú há 26 anos, Luiz Américo relata ter perdido as contas de quantas vezes presenciou árvores caídas na região. "O risco que essas árvores representam ao patrimônio e à vida do cidadão é resultado da falta de manutenção e do monitoramento preventivo da prefeitura", salienta. A expectativa é de que o Ahú seja alvo do Plano de Arborização no próximo ano.

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