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Atualizado em 12/02/06 às 23h20

O desabamento de uma marquise do anfiteatro do Centro de Estudos Sociais Aplicados(Cesa) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Norte do estado, por volta das 17 horas deste domingo, matou um estudante, deixou outros três em estado grave e feriu pelo menos 19. João César Eugênio de Boscoli Rios, 21 anos, estudante de Biologia da Universidade de São Paulo (USP), foi soterrado pela marquise e morreu no local.

Na hora do acidente vários estudantes estavam no anfiteatro para fazer a inscrição e receber material para o 16.º Congresso Brasileiro de Zoologia, que teria a abertura oficial no domingo à noite. O congresso reúne cerca de 4 mil estudantes de universidades de todo o País e também do exterior – incluindo Alemanha, França, Portugal, Costa Rica, Uruguai. "Houve um barulho muito grande e de repente desmoronou tudo. Lá dentro estava cheio, deveria ter umas 300 pessoas. Foi uma gritaria, muita gente ficou presa debaixo da marquise", relatou Flávia Gazola, 22 anos, estudante de Biologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Laura Kremer, 22 anos, também estudante de Biologia da UFPR, disse que sob a marquise deveria ter pelo menos 50 pessoas e dez ficaram presas nos escombros.

A marquise que desabou tem aproximadamente seis metros de largura e cinco de profundidade. O engenheiro Luís Noboru, do Instituto de Criminalística de Londrina, preferiu não arriscar qual é o peso da marquise nem o que provocou o acidente. "Fizemos hoje um levantamento preliminar e depois, com os projetos, faremos novos exames", disse Noboru, acrescentando que percebeu muita água junto da marquise e infiltrações no prédio. Um dado que chama a atenção é que a construção é relativamente nova: foi inaugurada no dia 11 de novembro de 1999.

Mobilização

Assim que foi acionado pela UEL, o Corpo de Bombeiros deslocou para o campus pelo menos 14 ambulâncias – incluindo veículos de Cambé e Rolândia, do Samu, Econorte e Hospital Universitário (HU). Um guindaste precisou ser utilizado para levantar a marquise e liberar alguns dos estudantes que ficaram presos.

De acordo com o capitão Wilson Oliveira Paulino, do Corpo de Bombeiros, foram encaminhados 12 feridos para o HU, seis para a Santa Casa, dois para o Hospital da Zona Sul (HZS) e dois para o Hospital Evangélico – além daqueles que procuraram socorro por conta própria. Dentre os feridos que foram para o HU, três estavam em estado grave e passaram por cirurgia à tarde. João Paulo Basso Alves, 21 anos, de Bandeira do Sul (MG), teve a perna direita amputada. Os outros feridos considerados graves são Nicole Veiga Sydney, 21, de Curitiba, e Mariela Butti de Freitas, 21, de Belo Horizonte (MG).

A expectativa do Corpo de Bombeiros é que ainda esta semana seja liberado um laudo com detalhes das causas do acidente.

Tragédia

A reitora da UEL, Lygia Pupatto, deslocou-se para o campus assim que soube do acidente. "Estamos fazendo o que é possível", disse ela, sobre o que considera a maior tragédia da universidade. "O prédio é novo, tem menos de dez anos. Vamos fazer uma perícia para determinar a causa do acidente", apontou.

O presidente do congresso, José Lopes, professor do Departamento de Biologia Animal e Vegetal da UEL, informou no final da tarde deste domingo que foram canceladas todas as atividades culturais e sociais do evento. Já as atividades científicas foram mantidas. "Em respeito aos estudantes que vieram aqui, de todo o Brasil, e também em respeito às vítimas", justificou.

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Nomeada comissão para apurar acidente

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