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Francisco da Rosa é doador há dez anos: “É muito bom ajudar as pessoas”. | José Aldinan
Francisco da Rosa é doador há dez anos: “É muito bom ajudar as pessoas”.| Foto: José Aldinan

As doações de sangue, que já são baixas durante o ano, caem até 40% no carnaval, justamente no período em que aumenta a demanda dos hospitais por causa das emergências. A maioria dos doadores deixa para comparecer nos hemocentros após as viagens. Preocupados com a redução nos estoques, os hemocentros de alguns estados, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, estão fazendo campanhas para atrair o doador antes da folia. No Paraná, o chamamento será feito apenas pela imprensa.

A diretora do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Paraná (Hemepar), que atende a 40 hospitais, Susana Helena Gai Mercer, conta que o ideal seria que a unidade recebesse de 100 a 150 doadores por dia, mas a procura tem se limitado a uma média diária de 50 a 80 doadores. "Sempre que há uma data festiva, nos preocupamos com o estoque. No carnaval, a doação costuma baixar entre 30% e 40%. Estamos pedindo, pela imprensa, que as pessoas façam as doações antes do carnaval para não haver prejuízo no atendimento aos hospitais", comenta.

A Agência Brasil informou que nos estados da Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro, os hemocentros desenvolveram campanhas específicas para as festas de carnaval. O Hemorio, que usou o lema "Vista a fantasia da solidariedade", vai mandar uma equipe de coleta para a quadra da escola Acadêmicos do Salgueiro no próximo dia 14. A primeira coleta já foi realizada sábado passado na Mocidade Independente de Padre Miguel. Em Pernambuco, a campanha, que termina no próximo dia 20, convoca os doadores com o mote: "Não importa sua fantasia, antes de cair na folia, doe sangue no Hemope". Os baianos lançaram na semana passada a campanha publicitária "Nesse carnaval faça um coração bater: doe sangue", enquanto que os mineiros abriram a "Hemofolia", que será realizada até o próximo dia 27.

Validade

Como o sangue tem prazo de validade, as unidades de coleta não podem trabalhar com grandes reservas. Susana explica que o sangue tem de ser destinado para transfusão até 40 dias após a coleta. Cada doador pode ajudar quatro pessoas, já que a bolsa de sangue é dividida em quatro hemocomponentes (hemácias, plasma, crioprecipitado e plaquetas). "Para cada patologia é usado um tipo de hemocomponente", acrescenta Susana.

Além do Hemepar, em Curitiba, há 24 unidades de coleta espalhadas no estado, mais os bancos de sangue dos hospitais. Na Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa, por exemplo, há 250 doadores por mês, e o aumento nesse número é bem-vindo, conforme a bioquímica responsável pela unidade, Débora Maria Stadler. "Fazemos duas cirurgias cardíacas por dia , além do atendimento de outros pacientes e de emergências. Precisamos de mais doadores", afirma.

Um dos doadores da Santa Casa, há dez anos, é o aposentado Francisco de Assis Anhaia da Rosa. "Comecei porque o filho de um compadre meu estava precisando, gostei e não parei mais, é muito bom ajudar as pessoas", diz. Para doar sangue é preciso ter boas condições de saúde, comparecer a uma unidade de coleta com documento oficial de identidade com foto, estar alimentado e descansado, ter entre 18 e 65 anos e pesar mais que 50 quilos.

Serviço:

Hemepar – Travessa João Prosdócimo, 145, Alto da XV. Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 7h30 às 19 horas, e aos sábados, das 8 às 17 horas.

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