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| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

Casa segura

Confira algumas dicas para evitar quedas no ambiente doméstico:

Piso

- Tome cuidado ao limpar os pisos com azulejos. O chão escorregadio pode provocar quedas.

- Cuidado com tacos soltos.

- Coloque tapetes antiderrapantes perto da pia e do fogão. Limpe respingos assim que ocorrerem.

- Cuidado com os tapetes. Há quem os chame de "skate de velho", devido ao risco de um escorregão ou tropeço.

- Dentro do box e no chão do banheiro deve haver tapete antiderrapante.

Utensílios

- Quem usa bengala deve colocar borracha na ponta para não escorregar.

- Arrume as cadeiras que estão com folga no encaixe. Elas podem não agüentar o peso das pessoas.

- A cama dos idosos não deve ser muito alta, a ponto de eles não alcançarem o chão com os pés, nem muito baixa. Isso evita quedas na hora de se levantar.

Armadilhas

- Escadas devem ter corrimão. Nas externas, coloque adesivos antiderrapantes no piso.

- Cuidados com cães e gatos dentro de casa. Idosos podem tropeçar neles.

- Uma boa iluminação também é fundamental.

As quedas de pessoas com mais de 60 anos assumiram dimensão de epidemia no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. No ano passado, o Sistema Único de Saúde (SUS) contabilizou R$ 57,6 milhões de gastos com internações de idosos. Em 2006, o total foi de R$ 49 milhões – ou seja, houve uma elevação de 17,5%. As informações são da Agência Brasil.As mulheres representaram a maioria de idosos internados em 2009, somando 20.778 contra 10.029. A presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Geron­tologia, Sílvia Pereira, explica que elas ficam mais vulneráveis por causa da osteoporose – doença que atinge os ossos."As mulheres fraturam mais porque têm uma massa óssea menor, perdem muito osso depois da menopausa. Por volta dos 50 anos, há um declínio muito rápido por causa da perda do estrogêneo", explicou. De acordo com a médica, as principais causas de queda entre pessoas acima dos 60 anos estão associadas a problemas de visão, dificuldades auditivas, uso de medicamentos e perda de musculatura – inclusive na planta do pé. Até mesmo defeitos na dentadura do idoso podem provocar tonturas.

Ela ressaltou que, por essa razão, pessoas mais velhas devem ir ao médico pelo menos uma vez ao ano. No caso de pacientes com pressão alta ou diabetes, as consultas devem ser ainda mais frequentes. O médico deve estar atento e perguntar sobre eventuais quedas, já que, para o idoso ou mesmo a família, nem sempre isso parece ter importância.

"A queda é minimizada. As pessoas pensam que é normal, mas não é", reforçou. Outra dica é checar o ambiente onde vive o idoso – se é bem iluminado e se há "armadilhas" como degraus, buracos ou fios soltos. É preciso atentar ainda para o tipo de calçado usado pelos mais velhos. "Eles gostam muito de chinelo, mas não pode. A sandália tem que ser fechada atrás, o calcanhar não pode estar solto", explicou.

A queda pode causar sérios prejuízos à qualidade de vida do idoso, como dependência dos parentes, reclusão e depressão. Pode ainda levar à morte, em decorrência de problemas como traumatismo craniano, hemorragias e fraturas, sobretudo de fêmur. Em 2009, o número de mortes provocadas apenas por fraturas de fêmur em idosos chegou a 1.478 em todo o país. Em 2005, o total foi de 1.304.

"Cirurgias em pessoas mais velhas têm mais risco, o pós-operatório pode apresentar problemas como pneumonia e trombose. Isso tudo é o que a gente não quer. Queremos uma pessoa idosa saudável, ativa na parte física e na intelectual", afirmou Sílvia.

Velhice também é boa

O Brasil está ficando mais velho. Dados parciais do Censo 2010 indicam que há aproximadamente 24,5 mil pessoas acima de 100 anos. Até 2025, o país será o sexto do mundo com maior número de pessoas idosas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para o geriatra Renato Maia, o primeiro passo para se manter uma boa qualidade de vida na velhice é mudar o conceito de que envelhecer é ruim. Para o especialista em saúde do idoso, a terceira idade é tão boa quanto as outras fases da vida. "A velhice é cheia de oportunidades, o papel da sociedade é muito importante. Igualdade e oportunidade são para todos", disse.

Segundo ele, a sexualidade também pode ser explorada. "O idoso precisa reconhecer que a sexualidade vai muito além do contato sexual. A idade não deve ser colocada como limitação para nada, não há nenhum impedimento para que os idosos demonstrem carinho. A intimidade entre um casal de idosos significa um gesto de amor e é gratificante", completou.

Baltazar Batista, 68, morador de Rio Verde (GO), acredita que chegar a essa idade é um privilégio. Ele diz que não abre mão de trabalhar. "Trabalho em um laboratório de prótese dentária com os meus filhos e faço entregas de bicicleta. Devo pedalar entre 20 a 50 quilômetros todos os dias", contou.

Batista afirma que sente a falta de respeito com os idosos, principalmente no trânsito. Ele conta que, para viver bem na velhice, o apoio da família é fundamental. "A receita é comer bem, fazer alguma atividade física e tentar viver bem com todo mundo", completou.

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