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Em Curitiba, poucos são aqueles que conhecem Arlete Caramês Tiburtius. Mas muitos já ouviram falar de "Arlete, mãe do Gui­lherme". Tal fama inesperada aconteceu porque, no dia 17 de junho de 1991, Arlete perdeu seu único filho. E iniciou ali a maior batalha de sua vida: saber o que aconteceu com Guilherme.

Quando fundou o CriDesPar, hoje uma referência na área, sua fundadora foi convidada a participar de reuniões da CPI sobre o Desaparecimento de Crianças e Adolescentes, na Câmara dos Deputados, e não existia no Brasil delegacia especializada nesse tipo de crime, muito menos um movimento que reunisse as famílias de desaparecidos. "As pessoas me perguntam como crescemos tanto. Foi porque eu gritei, eu fui à luta", afirma.

Uma luta que se revelou polêmica, mas frutífera, quando ela entrou para a política como a mãe do menino de rosto angelical desaparecido então há mais de dez anos. Na Assembleia (2003-2006), aprovou leis que obrigavam a polícia a realizar a busca imediata do desaparecido, não mais após 24 horas (virou lei federal em 2006); hotéis a cadastrar hóspedes com menos de 16 anos; e que determinavam às escolas que estas exigissem a apresentação do RG da criança no ato da matrícula, tudo para dificultar os sequestros.

Sobre que fim teria levado seu filho, Arlete diz acreditar que ele está bem. "Claro que, se eu soubesse o que aconteceu com ele, não estaria aqui. Mas acredito que ele está feliz, e que um dia a gente vai se reencontrar. Não vou morrer sem ver meu filho outra vez, tenho esse direito."

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