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Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) | Antônio Costa/Gazeta do Povo
Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT)| Foto: Antônio Costa/Gazeta do Povo

Pelo menos 15 ativistas do movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) de Curitiba estão recebendo ameaças de morte desde setembro. A denúncia foi feita à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e à Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná (Seju). Uma comitiva de Brasília esteve na capital entre domingo e segunda-feira para prestar solidariedade ao grupo.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Lés­­bicas, Gays, Bissexuais, Tra­­ves­­tis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, as intimidações foram feitas de telefones públicos para celulares, telefones residenciais e comerciais, e até e-mails pessoais dos ativistas. Ele próprio recebeu duas ameaças. "Estava acostumado a receber ligações, mas eram só homofó­­bicas, xingando, nunca com ameaça de morte e com requintes de crueldade. Então co­­mentei com as pessoas e comecei a descobrir várias ligações para outros militantes também."

Reis conta que o conteúdo das mensagens é bastante forte, principalmente para as lésbicas, e que duvida de que uma única pessoa esteja fazendo isso. "O número de ligações é grande e eles pesquisam as nossas vidas, falam das nossas características. Sabem de coisas que não colocamos na internet. No grupo [de ameaçados] tem casais com filhos e eles ameaçam as crianças, sabem onde estudam e tudo. Estão todos muito abalados", disse.

De Brasília vieram a coordenadora-geral da Ouvidoria Na­­cional dos Direitos Hu­­ma­­nos, Irina Bacci; o coorde­­na­­dor-geral do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Igo Mar­­tini; e mais três integrantes da equipe técnica do programa de proteção. Eles ouviram os 15 ameaçados na segunda-feira e depois iniciaram audiências com as autoridades, entre elas Maria Tereza Uille Gomes, secretária da Seju, e autoridades da segurança pública no estado.

A ABGLT ouviu a promessa da criação de um comitê interinstitucional, encabeçado pela Seju, mas composto de várias secretarias e ativistas dos direitos humanos, para acompanhar as ameaças e a violência homofóbica no Paraná. Para quem já sofreu ameaças ou discriminação devido à sua orientação sexual ou identidade de gênero, será criado um centro de referência com atendimento multidisciplinar.

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