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Agente faz vistoria em bairro de Foz, uma das cidades mais atingidas pela dengue | Marcos Labanca/Gazeta do Povo
Agente faz vistoria em bairro de Foz, uma das cidades mais atingidas pela dengue| Foto: Marcos Labanca/Gazeta do Povo
  • Confira os números e métodos de prevenção da dengue no Paraná

Foz do Iguaçu - Com ações permanentes e voltadas especialmente para a prevenção e a capacitação dos agentes de saúde, o novo plano emergencial de combate à dengue no Paraná contará preliminarmente com cerca de R$ 5,6 milhões. Anunciada na segunda-feira pelo novo secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, a estratégia será intensificada nos próximos 90 dias, período considerado crítico para a proliferação do mosquito Aedes aegypti e que antecede o maior volume de casos da doença.

Segundo o superintendente estadual de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, o plano prevê três etapas. Nos primeiros 30 dias, os esforços estarão concentrados no diagnóstico da estrutura disponível e no aparelhamento das equipes mantidas pelas prefeituras dos municípios do Oeste, Noroeste e Norte do estado – os mais afetados –, como a compra de nebulizadores costais e a capacitação dos agentes de saúde e endemias. Até o final de janeiro também serão distribuídos materiais educativos e veiculadas campanhas de conscientização.

Outra estratégia, esta planejada para conclusão nos próximos 60 dias, será a ampliação dos atuais 25 para 65 os municípios obrigados a fazer o Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes aegypti (LIRAa), pesquisa pela qual é possível indicar as regiões mais vulneráveis à doença. Estabelecimentos comerciais como ferros-velhos, depósitos de sucata e borracharias terão de obedecer a uma série de regras para evitar que sejam grandes criadouros do mosquito transmissor e, assim, reduzir os altos índices de infestação.

Nesse mesmo período, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) pretende ajudar a instalar centrais de atendimento a denúncias em cada município e colocar à disposição a Ouvidoria da secretaria para aqueles que não puderem manter o seu próprio sistema. As prefeituras terão também de apresentar planos de contingência para o enfrentamento de epidemia. Em até 90 dias, será a vez dos comitês de dengue serem reestruturados. Além disso, o governo deverá reforçar a intermediação junto ao Ministério da Saúde para o repasse de recursos federais aos municípios mais atingidos pela doença.

Riscos

De acordo com o último Boletim Informativo da Dengue, divulgado no dia 17 de dezembro, dos 263 municípios infestados, 56 estavam em situação de alerta ou de risco para uma possível epidemia de dengue. "Se levarmos em conta o que houve no ano passado, para esse ano o perigo é ainda maior. Por isso, vamos reforçar a prevenção nesses 90 dias", diz o boletim. "Mas, não basta o esforço apenas do poder público. A população tem papel fundamental na prevenção quando se conscientiza que precisa manter o quintal limpo."

A proximidade do verão traz uma preocupação extra aos agentes e gestores de saúde. Apesar das mudanças de comportamento do mosquito, resistente inclusive no inverno, os dias de chuva seguidos de períodos de temperaturas mais altas ainda são os mais propícios para a proliferação do Aedes aegypti. Fatores de risco combinados com o descuido se refletem nos altos índices da doença entre março e maio. Em 2010, foram contabilizados no Paraná, 33.056 casos de dengue, mais de 20 mil registrados somente no primeiro semestre.

Outro problema que agrava ainda mais a situação e ajuda a explicar o número crescente de vítimas, lembra Paz, são os diferentes vírus que atualmente circulam no país. "Hoje os sorotipos são quatro: o Den-1, o Den-2, o Den-3 e o Den-4, os três primeiros incidentes no Paraná. Isso aumenta em muito as chances de uma pessoa que já tenha contraído dengue seja contaminada outras vezes, podendo inclusive ser vítima de complicações da doença ou do tipo mais agressivo e fatal, a dengue hemorrágica", alerta o superintendente.

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