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Árvores monjoleiro estariam causando transtornos em Curitiba. Na Rua Otávio Francisco Dias, no Água Verde, a espécie está tirando o sossego da família Oliveira. Há dois anos, a estrutura da casa em que eles vivem sofre com rachaduras nas paredes e calçadas, supostamente causadas pelos três monjoleiros plantados em frente da residência há cerca de 30 anos. "Vivemos com medo, pois a qualquer momento a casa pode desabar", diz o estudante Rodrigo de Oliveira.

As raízes invadiram o terreno, levantando a calçada e se estendendo por debaixo da construção. Alegando perigo, a família solicitou a derrubada à prefeitura, que após vistoria liberou o procedimento. Entretanto, os técnicos mudaram de opinião na seqüência.

Com a negativa da prefeitura, a família Oliveira contratou o engenheiro civil Gregório Tenczuk Neto para providenciar um laudo apontando o real motivo dos danos na estrutura, o qual foi entregue à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) para um pedido de ressarcimento de R$ 70 mil. Conforme a avaliação de Tenczuk, as árvores não apenas são as causadoras dos danos, como a família realmente está em perigo. "A viga principal da casa está totalmente comprometida, podendo desabar a qualquer momento", reforça.

No entanto, a SMMA alega que os danos não foram causados pelas árvores. "O problema está na construção do imóvel, que não possui projeto, nem alvará", afirma o diretor do Departamento de Pesquisa e Monitoramento da SMMA, Glauco Requião.

Ele diz que não consta na secretaria nenhum pedido de corte efetuado pela família – a solicitação teria sido feita pela securitária Sueli de Oliveira – , mas os Oliveira negam. "Claro que fiz o pedido, eles estão tentando arranjar um meio de se livrar da responsabilidade", acusa Sueli. Sobre o ressarcimento, o pedido foi negado pela SMMA pela segunda vez ontem. "O laudo apresentado é inconsistente, pois não apresenta documentos, só argumentos", defende Requião.

Porém, a reclamação não é só da família Oliveira. Os vizinhos também se queixam. "Na frente da minha casa, caiu um galho e interditou a rua. O muro já foi consertado três vezes e está caindo de novo por causa das raízes", conta a dona de casa Yara do Carmo. "Há dez anos peço socorro, mas ninguém faz nada. Essas árvores não deveriam estar aqui", critica a também dona de casa Eliane Andretta.

Inadequada

O professor do Programa de Produção Vegetal da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Flávio Zanetti, explica que pelo fato de ter raízes grandes – podem alcançar 8 metros -, o monjoleiro é um perigo à população, já que gera danos a calçadas e ramos sensíveis, os quais se quebram com facilidade. Mesmo assim, a prefeitura continua incentivando o plantio da espécie – a SMMA distribui mudas no Orto Municipal, no Guabirotuba.

Zanetti ressalta que o plantio do monjoleiro não é recomendado em áreas urbanas. "É uma planta agressiva, de rápido crescimento e que se posta mal à poda, podendo causar sérios problemas a transeuntes", salienta.

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