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Adolescente contou à polícia que conseguiu o revólver com um amigo | Divulgação/15ª Subdivisão Policial
Adolescente contou à polícia que conseguiu o revólver com um amigo| Foto: Divulgação/15ª Subdivisão Policial

Alerta aos pais

Em entrevista ao telejornal Paraná TV, a ouvidora do Núcleo Regional de Educação, Eunice Rodrigues Parada, fez um alerta aos pais de alunos, e procurou isentar a responsabilidade da escola diante do crime. "Pedimos que os pais acompanhem a vida de seus filhos, verifiquem o que eles têm na bolsa", disse. "Isso compete aos pais. A escola não tem nenhum mecanismo para detectar se o aluno porta alguma arma ou não", explicou.

Segundo ela, professores e funcionários da rede estadual estão orientados para que, diante de uma suspeita, solicitem a presença da Patrulha Escolar, da PM. Eunice definiu o caso como uma surpresa. "Para o núcleo de educação é uma surpresa. Pelo que temos conhecimento, nunca aconteceu um evento desses dentro da escola", afirmou.

Crime chocou estudantes e funcionários da escola

O adolescente que baleou uma estudante de 14 anos dentro de uma escola de Cascavel, Oeste do Paraná, se apresentou na delegacia da cidade na tarde desta sexta-feira (2). De acordo com informações das polícias Civil e Militar, o crime ocorreu por volta das 9h30, em uma sala de aula do Colégio Estadual Santos Dumont. Daniele Moreira de Assis foi atingida na cabeça e morreu no local.

A própria família do adolescente, de 15 anos, tomou a decisão de apresentá-lo. O rapaz contou à polícia que o revólver calibre 38 estava dentro de sua bolsa e ao manusear a arma ocorreu o disparo. O tiro atravessou a cabeça da vítima e ainda atingiu o quadro. Uma funcionária da escola ouvida pela reportagem contou que, no momento do disparo, a professora de física estava de costas para a turma, passando a matéria no quadro negro.

A funcionária disse que o aluno foi transferido do Colégio Estadual Santa Cruz, em um bairro próximo, para o Santos Dumont há cerca de duas semanas. Ele se sentava na última carteira da fila mais à direita da sala de aula, que tinha cerca de 30 estudantes da oitava série. Depois do disparo, o estudante jogou o revólver a cerca de cem metros da escola. De acordo com a PM, a arma tinha seis cartuchos, sendo um deles deflagrado.

Ameaça

O tio do rapaz contou que há algum tempo ele vinha recebendo ameaças de uma gangue da região. No dia 21 de agosto, o irmão mais velho do adolescente, de 19 anos, foi morto com um tiro no peito na tentativa de defender o mais novo. Desde então o rapaz teria começado a andar armado. Ele contou à polícia que conseguiu o revólver com um amigo.

Vítima

Francisco Barroso da Silva, avô de Daniele, estava inconformado com a tragédia. Ele contou que a menina tinha o sonho de ser veterinária. "Ela era uma menina alegre e gostava muito de animais", disse. Daniele estudava no colégio havia quatro anos, desde a quinta série.

Até por volta das 16h30, o corpo da estudante permanecia no Instituto Médico Legal (IML) da cidade. O velório deve acontecer no salão comunitário do bairro Santos Dumont e sepultamento no sábado (3). A Secretaria de Estado da Educação divulgou uma nota lamentando o ocorrido. O Núcleo Regional de Educação de Cascavel informou que as aulas foram suspensas no colégio até a segunda-feira (5) para que seja feito um trabalho de acompanhamento dos alunos que presenciaram a tragédia. A sala de aula onde ocorreu o acidente será desativada temporariamente e os alunos serão realocados para outro ambiente. A escola tem aproximadamente 680 alunos, dos quais 280 estudam no turno matutino.

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