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O grupo de skinheads supostamente responsável pelos adesivos racistas e pela agressão sistemática a negros, judeus e homossexuais em Curitiba sofreu mais uma baixa ontem. Anderson Marondes de Souza, 21 anos, foi preso ao atender à intimação para prestar esclarecimentos, que havia sido deixada com o pai dele na quarta-feira.

"Ele também foi reconhecido pelo rapaz que levou a tesourada no dia 18 de setembro, além de ter sido citado pelos outros integrantes do grupo como o autor dos golpes de tesoura", informou o delegado-chefe do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) da Polícia Civil, Marcus Vinicius Michelotto.

Diante das provas, depoimentos e testemunhas, o delegado julgou ter elementos suficientes para pedir a prisão preventiva de Souza e dos outros envolvidos na tentativa de homicídio, como Eduardo Toniolo Del Segue, conhecido como Brasil, e sua esposa Edwiges Francis Barroso.

Já os jovens sem antecedentes criminais, cuja participação no grupo tenha sido menor e que estejam colaborando com as investigações podem ser soltos. "Em nome dessa colaboração, alguns deles podem ser beneficiados com a liberdade", confirmou Michelotto.

Outras cinco vítimas compareceram ao Cope e reconheceram pessoas do grupo como autores de agressões, revelou a assessoria da Secretaria Estadual de Segurança Pública. Essas vítimas devem ser ouvidas nos próximos dias. "É importante que mais pessoas agredidas por neonazistas venham até a delegacia para prestar depoimento, assim, a pena deles poderá aumentar", explicou o delegado.

O Cope ouvirá Souza e os 11 integrantes do grupo preso na quarta-feira, além de testemunhas e vítimas antes de entregar o inquérito ao Mi-nistério Público. Segundo Michelotto, há registros de agressões praticadas pelo grupo nos últimos dez anos. "Só do Brasil, há boletins desde o ano 2000", contou.

Filha de coronel

A estudante Estela Herman Heise, de 20 anos, detida na quarta-feira e acusada de participar do grupo, seria filha do tenente-coronel Márcio Roland Heise, do Exército, e há informações veiculadas por anarco-punks (rivais dos skinheads) na internet dando conta de que Eduardo "Brasil" seria sobrinho de um delegado. Michelotto refuta porém a tese de que esse parentesco possa prejudicar a investigação. "Isso é um absurdo, não somos suscetíveis a nenhum tipo de pressão. Alguns dos jovens serão liberados pela menor participação no fato ou por colaborarem com a polícia, sem qualquer influência externa".

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