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Ratos dividem o espaço com o pombos na Praça Tiradentes | Carolina Fonseca Wensersky
Ratos dividem o espaço com o pombos na Praça Tiradentes| Foto: Carolina Fonseca Wensersky

Aparições de ratos têm assustado os frequentadores do Centro de Curitiba. Um vídeo feito pelo internauta Leandro Seixas mostra dez animais se alimentando na calçada da Praça Tiradentes. Além do vídeo, a internauta Carolina Fonseca Wensersky também fotografou os roedores dividindo o espaço com os pombos.

Os registros chamaram a atenção pela quantidade de animais, que não se mostram assustados com a circulação de pessoas.

De acordo com informações da Secretaria de Saúde de Curitiba, é feito um controle regular nas praças da cidade. Mas o combate apresenta algumas dificuldades como não poder colocar venenos nas calçadas, por exemplo. A aplicação do veneno fora dos bueiros poderia afetar as pessoas e outros animais que circulam pela região.

O biólogo Diogo da Cunha Ferraz, da Unidade de Vigilância de Zoonoses, responsável pelo controle de roedores, destaca que além dessa dificuldade, as praças também apresentam um cenário com muitos alimentos, o que estimula a reprodução maior de ratos e pombos.

“Hoje, na Tiradentes, temos muitas pessoas em situação de rua e essas pessoas têm recebido marmitas de ONGs e outras instituições privadas. Esse alimento que as pessoas recebem, acaba sendo guardado em canteiros da praça ou os restos deixados na calçada. Isso faz com que ratos e pombos tenham um cenário favorável para se reproduzir ainda mais”, destaca o biólogo.

Gente , estou colocando este vídeo porque eu acho que é muita falta de igiene com nossa cidade , que pena , praça tira dentes assim 😐...

Posted by Leandro Seixas on Wednesday, December 9, 2015

Como as pessoas já estão mais habituadas com os pombos no Centro, os ratos acabam chamando mais atenção, mas ambos estão lá pelo mesmo motivo: abundância de alimentos. “Além das pessoas em situação de rua, temos muita circulação na praça: outros pedestres também se alimentam e acabam deixando restos de comida para trás. Essa seria outra fonte de alimento para os animais”, reforça Ferraz.

As ações para controlar a propagação de ratos são feitas pontualmente em bueiros por toda a cidade. Nas praças, o controle ocorre da mesma maneira. De janeiro até o dia 15 de dezembro de 2015, foram registrados 242 solicitações para controles de roedores só na Tiradentes e nas ruas do entorno. “É uma situação que só o controle químico não tem dado conta”, admite o biólogo.

“Existe a movimentação para uma estratégia muito maior para conter o problema ali na praça. Não temos só uma situação de controle químico dos ratos, mas também um problema social e de meio ambiente. A ideia é começar a trabalhar em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente, para sinalizar a presença dos animais, distribuir lixeiras e aumentar a limpeza; com a Fundação de Ação Social, para orientar quem recebe marmita a fazer o descarte correto dos restos de comida; e da população, para diminuir a quantidade de restos de alimentos deixados na Tiradentes”, explica Ferraz.

Mesmo com a presença dos animais, as praças públicas de Curitiba não são consideradas um ambiente de risco de contaminação de leptospirose — principal problema causado pelos ratos. A não classificação como área de risco se deve ao histórico de contaminação realizado pela própria Unidade de Vigilância de Zoonoses, que mostra que nos últimos 15 anos nenhum caso de leptospirose apontou a fonte de contaminação como sendo uma praça pública.

Quem se deparar com uma situação parecida, deve solicitar o controle químico pelo telefone 156. É importante lembrar que o controle é feito somente dentro dos bueiros por questão de segurança, já que crianças e outros animais poderiam ter contato com o veneno se este fosse aplicado em canteiros ou calçadas.

Pessoas que apresentarem os sintomas de leptospirose devem procurar uma Unidade de Saúde para que o atendimento correto seja realizado. Os sintomas são parecidos com os de uma gripe forte: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, podendo também ocorrer vômitos, diarreia e tosse. Um alerta para identificar a doença são as dores na panturrilha, típicas da leptospirose.

Colaborou: Getulio Xavier.

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