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A rebelião que começou na noite de quinta-feira (14) na 9ª Subdivisão de Polícia Civil (9ª SDP), localizada na Vila Progresso, em Maringá, terminou por volta das 8h30 desta sexta-feira (15). Aproximadamente 380 presos participaram da ação, de acordo com a polícia.

O agente penitenciário feito refém por volta das 19h30 da quinta-feira (14) foi solto sem ferimentos. Ele foi encaminhado ao Hospital Universitário (HU) para fazer exames. A Polícia Civil adiantou que ele passa bem.

Segundo o delegado Laércio Cardoso Fahur, da Polícia Civil, os detentos encerraram a rebelião logo após discutirem melhorias na 9ª SDP com o juiz da 3ª Vara Criminal de Maringá, Joaquim Pereira Alves. "Eles queriam melhorias na cadeia, transferências de presos por causa da lotação", contou. "Conversaram com o juiz e agora ele vai analisar esses pedidos."

O delegado ainda comentou que a negociação foi rápida se comparada a outros casos de rebelião no país. "Foi uma rebelião curta porque houve uma negociação boa. Nos esforçamos para atender algumas reivindicações e eles logo soltaram o carcereiro refém."

Início da rebelião

Por volta das 19h30 da quinta-feira (14), um grupo de presidiários rendeu o agente penitenciário na ala onde fica o maior número de detentos. Desde então, ele foi feito refém.

Segundo o Corpo de Bombeiros, os detentos ameaçaram incendiar alguns materiais. Um caminhão de combate a incêndio e uma ambulância foram encaminhados ao local por segurança. Um dos presidiários teve um ferimento na perna e foi para o HU.

Um dos detentos entrou em contato por telefone com uma familiar que acompanhava a rebelião pelo lado de fora na noite de quinta-feira (14). A Gazeta Maringá também falou com ele, segundo quem a rebelião aconteceu porque os presos são maltratados e, muitas vezes, recebem comida estragada. "Isso que vivemos é desumano", gritou.

Ele ainda informou que o agente penitenciário que foi mantido refém era quem mais maltratava os detentos.

Histórico

Em reportagem de março de 2012, a Gazeta Maringá mostrou que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) avaliaram de maneira negativa as estruturas da 9ª SDP e da Casa de Custódia, também em Maringá. Vários vasos sanitários estavam entupidos e os presos eram obrigados a fazer as necessidades fisiológicas em sacolas plásticas e garrafas pet.

Na época, a promotora da Vara de Execuções Penais de Maringá, Valéria Seyr, informou que o Ministério Público (MP) entraria com uma ação civil pública para que o estado definisse se iria reformar o prédio ou desativá-lo.

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