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A onda de rebeliões que assolou o estado de São Paulo neste fim de semana teve reflexos no interior do Paraná. Ontem, pelo menos quatro rebeliões foram registradas na região Oeste do estado.

O caso mais crítico foi em Foz do Iguaçu, onde 470 presos fizeram três reféns. O clima também ficou tenso nas cadeias de Cascavel, Toledo e Assis Chateaubriand.

Na Cadeia Pública Laudemir Neves, em Foz do Iguaçu, a rebelião começou às 9h40, quando os presos dos pavilhões do segundo andar subiram até o teto da cadeia. O local, que tem capacidade para 350 detentos, abrigava no momento do motim 819 pessoas.

No meio da tarde, às 15h, um dos momentos mais terríveis: os rebelados penduraram de cabeça para baixo três presos feitos reféns, do telhado da prisão. A Secretaria Estadual da Segurança Pública (Sesp) confirmou a existência de um refém, contudo não soube informar a identidade do mesmo. Depois, a Polícia Militar tentou controlar a rebelião, mas foi recebida com pedradas e precisou recuar. Durante a noite, cerca de cem policiais permaneciam do lado de fora da cadeia à espera da rendição dos rebelados.

A ação dos presos em Foz do Iguaçu teria ligação com a onda de violência registrada nos presídios paulistas, que já deixou pelo menos 52 pessoas mortas. Os detentos estamparam faixas com as siglas PCP (Primeiro Comando do Paraná) e PCC (Primeiro Comando da Capital), organização criminosa paulista responsável pelos conflitos de São Paulo.

Cascavel

Em Cascavel, os motins iniciaram na madrugada. Os 495 presos arrebentaram, por volta das 6 horas, todas as grades das duas alas do prédio da 15.ª Subdvisão Policial (SDP).

A ação aconteceu num dia em que apenas os policiais e presos estavam na delegacia – o dia de visita acontece aos sábados, quando o local fica cheio de parentes dos detentos. O delegado de plantão, Donizete Botelho, disse que foram algumas horas de tensão até o fim do conflito, às 13 horas.

A delegacia, que fica no centro da cidade, foi cercada por dezenas de policiais civis e militares, para evitar uma fuga em massa.

Os presos exigiram a presença do juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), Paulo Damas, para entregar as reivindicações e encerrar o movimento. Entre os pedidos está o fim da superlotação da cadeia, construída para abrigar 140 detentos, mas que estava com mais que o triplo previsto ontem.

Para o delegado Botelho, a onda de rebeliões em São Paulo pode ter influenciado o movimento em Cascavel. Dentro da delegacia, os líderes informaram que a ordem para o início do motim veio por meio de telefones celulares de São Paulo. Recentemente, a Polícia Civil descobriu um plano do PCC para resgatar um preso da 15.ª SDP. Na ocasião, a segurança do minipresídio recebeu reforço interno e externo por algumas semanas.

Toledo e Assis Chateaubriand

As outras duas cidades onde houve registro de rebeliões foram Toledo e Assis Chateaubriand. Na primeira, o motim aconteceu na 20.ª SDP e durou três horas. A delegacia, que deveria conter 40 presos, estava com 140.

Na outra cidade, os 40 detentos atearam fogo nos colchões da Cadeia Pública de Assis Chateaubriand.

Até a noite de ontem, não havia sido registrado nenhum ferido nas rebeliões. Segundo informação da assessoria de imprensa da Sesp, desde sábado, a ordem do secretário Luiz Fernando Delazari é de que a atenção em todas as unidades de detenção e de segurança do Paraná – cadeias e cadeiões – fosse dobrada para coibir e evitar qualquer movimento dos detentos.

Para a Sesp, as rebeliões ocorridas no domingo não têm ligação alguma com os movimentos que estão acontecendo em São Paulo. Já o sistema penitenciário do estado não enfrentou nenhum motim, de acordo com a assessoria da Secretaria Estadual da Justiça (Seju).

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