Extração
Chuvas repõem água retirada
Com área de 1.087.879 quilômetros quadrados (km²), o Aquífero Guarani tem uma reserva total de 30 mil quilômetros cúbicos (km³) de água, mas apenas uma pequena parcela pode ser retirada pelo homem. Sua recarga pela água da chuva é de aproximadamente 1 km³ por ano, o suficiente para repor a quantidade que é extraída atualmente.
O Brasil tem a maior fatia do reservatório (61,65%), que corresponde a 8,7% do território nacional. Em seguida vêm a Argentina, com 20,98% do aquífero; o Paraguai, com 8,05%; e o Uruguai, com 3,32%. Na região do aquífero vive uma população de 30 milhões de pessoas.
No Paraná, a área do reservatório é de 103.930 km², o que representa cerca de 52% do território do estado. Segundo o geólogo Everton Luiz Costa de Souza, do Instituto das Águas do Paraná (Ipáguas), o estado tem cerca de 60 poços, com uma vazão média de 72 m³ por hora.
Além do Guarani, o Paraná dispõe dos aquíferos Pré-Cambriano, Karst, Paleozoico Inferior, Paleozoico Médio-Superior, Paleozoico Superior, Guarani, Serra Geral Norte, Serra Geral Sul, Caiuá, Guabirotuba e Costeiro, que somados ao Guarani abrangem quase 99% da área paranaense. (AS)
O principal manancial subterrâneo da América do Sul será monitorado por uma rede de computadores que abrangerá quatro países. A Agência Nacional de Águas (ANA) vai concluir, até o fim do ano, a unificação da base de dados brasileira do Aquífero Guarani. Com a inclusão da conexão nacional, um servidor instalado na sede da ANA, em Brasília, receberá informações coletadas nos oito estados brasileiros situados sobre o reservatório: São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O passo seguinte será interligar o nó brasileiro com os sistemas da Argentina, do Paraguai e do Uruguai, formando o Sistema de Informações do Sistema Aquífero Guarani (Sisae).
A ideia é organizar as informações em uma única plataforma para facilitar a gestão e o monitoramento do manancial, um dos maiores reservatórios de água subterrânea do mundo. A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), empresa pública vinculada ao Ministério das Minas e Energia, será responsável pela implementação, operação e manutenção da Rede Nacional de Monitoramento Integrado Qualitativo de Águas Subterrâneas, a parte brasileira do Sisae.
No Brasil, os dados referentes ao aquífero são coletados pelas instituições responsáveis pela gestão de recursos hídricos de cada estado. No caso do Paraná, compete ao Instituto das Águas do Paraná (Ipáguas). Caso um poço novo entre em operação no estado, o instituto repassará os dados para o servidor da ANA. "Cada estado terá de colocar as informações no sistema. Por exemplo, quantos poços são outorgados, quanto é retirado de água", explica o gerente de Águas Subterrâneas da ANA, Fernando Roberto de Oliveira.
Implantação
O presidente da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (Abas), Éverton Luiz da Costa Souza, também geólogo do Ipáguas, relata que os oito estados já contam com os equipamentos. "Falta apenas a ANA e o CPRM completarem o sistema para que ele entre em operação", afirma. A implantação da base de dados unificada depende da chegada do software e dos equipamentos.
Quando chegarem à ANA, os dados serão transmitidos para o nó central do Sisae, na Argentina, que os reencaminhará para as redes dos outros países. Da mesma forma, as atualizações resultantes de informações coletadas na Argentina serão sincronizadas na base de dados das nações parceiras.
A ANA não revela o valor aplicado, mas informa que o sistema de informações representa uma pequena parte do custo do projeto do Aquífero Guarani. Entre 2003 e 2009, foram investidos US$ 26,5 milhões no projeto cerca de R$ 47 milhões.
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