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Toda vez que precisam dos serviços do Fórum, do Detran ou do Corpo de Bombeiros, os 9 mil habitantes de Tuneiras do Oeste, no Noroeste do estado, têm de ir ao município mais próximo, Cruzeiro do Oeste. A viagem, de 50 quilômetros, dura cerca de 30 minutos, mas poderia ser bem mais curta e levar a metade do tempo se a estrada Boiadeira, que liga os dois municípios, fosse asfaltada. Sem possibilidade de usar a estrada, os tuneirenses têm de dar a volta por Tapejara. E a prefeitura não pode sequer tentar melhorar as condições de trânsito na estrada porque a rodovia é federal – BR-487. "Se for um caso de incêndio, há o risco de os bombeiros chegarem atrasados", reclama o chefe de gabinete da prefeitura de Tuneiras, Hélio dos Santos. A importância da estrada será debatida amanhã, na sexta etapa do Fórum Futuro 10 Paraná, promovido pela RPC-Gazeta do Povo, em Umuarama.

As queixas em relação à Boiadeira não são de hoje e não se resumem a Tuneiras. A estrada foi aberta no início do século por tropeiros que traziam gado comprado no Mato Grosso para engorda no Paraná. Desde 1950, municípios reclamam o asfaltamento da rodovia, entre Icaraíma, na divisa com o Mato Grosso do Sul, e Campo Mourão, região de forte economia agropecuária. Em 1986, foi iniciado o asfaltamento, mas a obra foi logo interrompida. Em 1998, as obras foram novamente retomadas em duas frentes, a partir de Campo Mourão e Tuneiras do Oeste, mas não foram concluídas. Hoje, faltam 43 quilômetros de asfalto, entre Campo Mourão e Cruzeiro do Oeste, a um custo estimado de R$ 150 milhões.

A estrada é também de grande interesse dos estados do Centro-Oeste, já que liga o Mato Grosso do Sul ao Noroeste do Paraná, facilitando o escoamento da produção até o Porto de Para-naguá. "A Boiadeira é um novo caminho que se abre para a geração de mais emprego e renda", diz um manifesto assinado no início do ano por 34 prefeitos da região. Mas o caminho, por enquanto, está fechado.

O que atrapalha a conclusão é a indefinição sobre a responsabilidade das obras. Em 2002, a Medida Provisória 82 transferiu para os estados a competência sobre diversas rodovias federais, entre elas a BR-487. Em maio de 2003, no entanto, o presidente Lula vetou a conversão da MP em lei, o que, segundo governo do estado, significou a volta da estrada à competência federal. "A conclusão das obras é uma reivindicação de todo o Paraná", afirma o secretário de estado dos Transportes, Waldir Pugliesi. "A conclusão já foi garantida pelo ministro Anderson Adauto ao governador, mas queremos reforçar o pleito."

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