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A festa da Beija-Flor com a taça: enredo sobre a história do rei Roberto Carlos garantiu à escola seu sétimo título do carnaval carioca desde 1984, quando os desfiles passaram a ser realizados no Sambódromo | Ueslei Marcelino/Reuters
A festa da Beija-Flor com a taça: enredo sobre a história do rei Roberto Carlos garantiu à escola seu sétimo título do carnaval carioca desde 1984, quando os desfiles passaram a ser realizados no Sambódromo| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
  • Roberto Carlos no carro alegórico: cantor participará do desfile das campeãs
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Roberto Carlos fez da Beija-Flor a soberana da Sapucaí: a escola de samba de Nilópolis, que em seu desfile contou a história do rei, ficou com o título de campeã do carnaval de 2011 no Rio de Janeiro e superou a Imperatriz Leopol­dinense como maior vencedora da passarela do samba, inaugurada em 1984. A agremiação chegou ao sétimo campeonato na era do sambódromo, um a mais do que a escola de Ramos. No total, a Beija-Flor tem 12 títulos e ainda está atrás da Portela, que venceu 21 vezes, e da Mangueira, que venceu 17 vezes.Com o enredo sobre o cantor e compositor, a Beija-Flor perdeu só dois décimos em toda a apuração e superou por 1,4 ponto a Unidos da Tijuca, segunda colocada. A diferença para a vice-campeã foi surpreendente: 299,8 a 298,4. As duas eram as favoritas ao título, mas ninguém imaginava que a escola de Nilópolis abriria mais de um ponto sobre a campeã do ano passado. Tradicionalmente, poucos décimos separam os primeiros colocados.

Roberto Carlos foi ontem à noite à quadra da escola, em Nilópolis, comemorar o título com cerca de 10 mil pessoas. "Agradeço a Beija-Flor por confiar que tenho uma história que pode ser enredo de uma escola dessa magnitude", disse. "Estou muito orgulhoso. Foi uma das maiores emoções da minha vida. Não sei se choro ou se rio." O cantor confirmou que participará do desfile das campeãs, no sábado.

A 12.ª vitória da Beija-Flor parecia clara já no meio da apuração. Consolidou-se posteriormente com notas gerais que chegaram a impressionar. No quesito alegorias e adereços, por exemplo, em que a Tijuca deu um show de criatividade, Carlos Alberto Marques deu apenas uma nota 10 – para a Beija-Flor, que tirou nota máxima em enredo, fantasia, alegoria, conjunto e harmonia, mas perdeu em samba-enredo e mestre-sala e porta-bandeira.

A escola teve a seu favor um samba que "pegou", com um refrão melodioso e fácil, e contou com a força do enredo, que emocionou o público no sambódromo. Roberto Carlos saiu no último carro, ao lado de crianças carentes da cidade da Baixada Fluminense. A cada gesto seu, a multidão respondia com aplausos entusiasmados. O Rei já confirmou presença na festa de sábado à noite. Além de Beija-Flor e Unidos da Tijuca, Mangueira, Vila Isabel, Salgueiro e Imperatriz completam o sexteto das escolas que participarão do desfile das campeãs, no sábado.

Irritação

O resultado irritou o carnavalesco da Unidos da Tijuca, Paulo Barros. A escola tentava o bicampeonato – obteve ano passado 299,9 pontos, contra 299,4 da Grande Rio – e levou para a Sapucaí enredo sobre o medo em cenas de cinema. Perdeu décimos importantes exatamente nesse quesito. O presidente da escola, Francisco Horta, disse que vai questionar o resultado.

Mesmo com um desfile sem brilho, com fantasias e alegorias mal acabadas, a Mangueira ficou em terceiro. "Julgaram Roberto Carlos, e não a escola. Ninguém tinha dúvidas de que a Beija-Flor ia ganhar", disse o vice-presidente João Ângelo. A tensão também chegou à torcida: soldados do Batalhão de Choque subiram nas arquibancadas depois que duas bombas de fabricação artesanal explodiram. A última colocada foi a São Clemente. "Julgam escola por nome. Posso mudar o que for, que dificilmente o resultado será melhor", lamentou o presidente da agremiação, Renato Almeida.

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