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A retirada de 500 sem-terra ligados à Confederação dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) da prefeitura e da igreja matriz de Alvorada do Sul, no Norte do Paraná, terminou em pancadaria ontem. Houve tiros de borrachas por parte da polícia e pauladas e pedradas por parte dos manifestantes, que protestavam contra a reintegração de posse de sete fazendas da região. Ao todo, 14 pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas ao hospital.

O conflito teve início quando um dos líderes do movimento, Celso Damasceno, foi preso. Segundo a Polícia Militar, havia uma ordem de prisão temporária contra ele, expedida pela Justiça de Porecatu, por roubo de tratores. Os policiais aproveitaram a ocasião para cumprir o mandado. Os manifestantes reagiram. Pelo menos 12 sem-terra ficaram feridos, alguns por mordidas de ca­­chorros da PM. Segundo o comandante da PM em Rolândia, Luiz Carlos Deliberador, dois policiais também tiveram ferimentos leves.

Operação

Cerca de 700 policiais militares cumprem as ordens de reintegração de posse em sete fazendas da região. A ação deve durar três dias. A retirada dos sem-terra começou pelas fazendas Canaã, em Porecatu, e Palheta, em Alvorada do Sul. As duas áreas pertencem ao Grupo Atalla, proprietário da Usina Central. Além dessas, já houve a retirada de sem-terra da fazenda Santa Lina.

O comandante da PM de Po­­recatu, capitão Celso Andra­de, afirmou que a retirada dos agricultores das fazendas foi tranquila. Na Canaã, funcionários do Grupo Atalla incendiaram madeiras usadas pelos sem-terra na construção dos barracos. O objetivo é evitar a volta dos trabalhadores ao local.

Balanço

No Paraná, a polícia já cumpriu nove mandados de reintegração em 2010, segundo a Secreta­­ria de Estado da Segurança Pública. A maioria na Região Norte, em cidades como Orti­­guei­­ra, Primeiro de Maio, Flo­­restópolis, Guairaçá, Porecatu, Alvorada do Sul, Espigão Alto do Iguaçu e Alto Paraná.

Em algumas fazendas houve mais de uma ação, contabilizadas apenas como uma reintegração porque, segundo a Sesp, há casos em que os sem-terra voltam a invadir a propriedade e cumpre-se, pela segunda vez, o mesmo mandado. Desde 2003, já foram 478 reintegrações em todo o estado.

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