Enquanto a negociação para pôr fim à rebelião ocorria dentro da Casa de Detenção Provisória de São José dos Pinhais, do lado de fora, mães e esposas de presos aproveitaram a presença da imprensa para denunciar uma suposta falta de condições dignas de sobrevivência e higiene aos parentes. "Eles passam frio e só podem comer uma marmita feita na própria prisão", disse uma das mulheres, que não quis se identificar. "Só podemos trazer uma sacola de roupa por mês, o que inclui um sabonete, um prestobarba e seis rolos de papel. Isso é muito pouco", diz outra, que também não quis revelar o nome.
Ao ouvir a declaração de Sandra Duarte, presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Paraná, afirmando que é preciso uma revisão nas leis penais e no próprio sistema carcerário do país, as mulheres aplaudiram. "É isso aí, pelo menos alguém aqui é humano", disseram. "Queremos visitas íntimas e um banheiro para os visitantes, pois cada vez que precisamos utilizar um, temos que voltar e ser novamente revistadas, o que não é nem um pouco agradável", reclamaram. "O pior de tudo é ficar aqui fora sem ter notícias de nossos filhos. Não sabemos se estão vivos, feridos ou mortos. Estou desesperada", desabafa a empregada doméstica Dolciléia Silva. (ML)
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