Brasília (AG) – O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), deve entregar o relatório final sobre as investigações no dia 20 de março. O documento já tem cerca de 700 páginas e está na fase de conferência de nomes e de valores. Segundo o deputado, é provável que seja sugerido o indiciamento de mais de 100 pessoas, entre elas o empresário Marcos Valério e o publicitário Duda Mendonça.

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Dependendo da continuidade das investigações nas próximas três semanas, Serraglio vai decidir se acrescenta ou não novos casos no relatório final, inclusive com a identificação do parlamentar possivelmente beneficiado pela remessa de dinheiro.

Apesar de considerar os trabalhos "adiantados", o relator apontou dificuldades técnicas que a equipe de assessores da CPI tem enfrentado para concluir o relatório.

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"Temos certa dificuldade no enquadramento dos possíveis ilícitos e estamos avaliando a hipótese de pedir auxílio ao Ministério Público", declarou.

Serraglio garantiu que seu relatório será imparcial e descartou "com veemência" a hipótese de haver um acordo entre governo e oposição para poupar alguns nomes. Apesar disso, o relator considerou que vários pontos levantados no decorrer dos trabalhos mereciam ser aprofundados, mas ficarão fora do relatório porque não seriam objeto da investigação da CPI.

"A gente gostaria de não ter limite de investigação. Eu, pessoalmente, acho que o Duda Mendonça deve ter muito mais comprometimentos do que esse com o Marcos Valério", argumentou.

O relator acredita que o suposto esquema de corrupção em Furnas já está sendo investigado pela Polícia Federal, e que a CPI só poderia agir nesse caso se houvesse alguma prova concreta. O caso se tornou público depois de uma entrevista do ex-deputado Roberto Jefferson em junho do ano passado e, recentemente, ganhou novo fôlego depois que o lobista Nilton Monteiro entregou à Polícia Federal cópia de uma lista com o nome de 156 políticos que teriam sido beneficiados com recursos de caixa dois.

O problema, segundo o relator, é que até agora o documento original não apareceu, o que impossibilitaria a realização de perícia para atestar a sua veracidade.

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