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Clériston Pereira Cunha
Clériston Pereira da Cunha, de 46 anos, teve um ataque cardíaco fulminante durante o banho de sol nesta segunda (20).| Foto: reprodução/despacho Vara de Execuções Penais

Um relatório médico anexado a um pedido de liberdade provisória do empresário Cleriston Pereira da Cunha indicava risco de morte e urgência para soltura do preso. Cleriston foi vítima de um “mal súbito” nesta segunda-feira (20) durante banho de sol na Papuda, onde estava preso por suposta participação nos atos do dia 8 de janeiro.

O empresário aguardava desde o dia 1º de setembro a análise do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, sobre o pedido de liberdade provisória que recebeu parecer favorável do Ministério Público Federal (MPF).

No pedido de liberdade provisória enviado a Moraes no dia 3 de agosto, a defesa do empresário anexou um relatório médico em que informa o grave estado de saúde de Cleriston.

“Paciente acompanha na reumatologia há cerca de 8 meses por quadro de vasculite de múltiplos vasos e miosite secundária à covid-19. Permaneceu internado em 2022 por 33 dias, submetido a pulsoterapia de corticoide, antibioticoterapia. Após alta hospitalar, está em uso das seguintes medicações: Prednisona em desmame, atualmente 5mg/dia; fluoxetina 20 mg/dia (devido síndrome vasovagal secundária à vasculite); propranolol 20mg 12X12 horas; azatioprina 100mg/dia. Em função da gravidade do quadro clínico, risco de morte pela imunossupressão e infecções, solicitamos agilidade na resolução do processo legal do paciente. Até pelo risco de nova infecção por covid que pode agravar o estado clínico do paciente”, diz o relatório médico.

Ainda, de acordo com o documento, Clériston tinha consulta no ambulatório de reumatologia do HRT (Hospital Regional de Taguatinga) agendado para dia 30 de janeiro de 2023, mas foi impedido de comparecer. O mesmo aconteceu em 27 de fevereiro de 2023, quando o empresário não conseguiu autorização para ida ao hospital.

Clériston também fazia uso de medicamentos para diabetes e hipertensão e já havia sido atendido no serviço médico da Papuda por sintomas de covid-19.

“É de extrema importância informar, que recentemente a médica responsável pelo acompanhamento do paciente, solicitou exames necessários para assegurar a saúde do acusado, todavia, não pôde comparecer aos exames solicitados, devido a prisão preventiva, e vem convivendo em local degradante e insalubre, e que estas condições podem acarretar em complicações fatais para o paciente, ora acusado. Nesse sentido notório que a segregação prisional tem sido prejudicial à saúde ao referido, uma vez que a conjugação dos tais tratamentos também se faz necessário em conjunto com medicação prescrita”, diz um trecho do pedido de liberdade provisória assinado pelo advogado Bruno Azevedo de Sousa.

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape/DF) disse que Cleriston chegou a ser socorrido pela equipe de saúde da unidade prisional que “realizou manobras de reanimação assim que constatado o mal súbito até a chegada da equipe do SAMU e Bombeiros que foram imediatamente acionados”.

Cleriston tinha 46 anos, morava no Distrito Federal e deixa esposa e duas filhas.

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