Brasília Relatórios do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) repassados ao Ministério Público do Distrito Federal mostram que 299 pessoas ligadas direta ou indiretamente aos fatos apurados na Operação Aquarela movimentaram R$ 120 milhões.
A maior parte da movimentação ocorreu entre e julho de 2004 e maio deste ano. Nesse grupo estão pelo menos oito dos 19 presos na operação, que desbaratou um esquema de desvio de recursos do Banco de Brasília (BRB) com a suposta participação de ex-dirigentes da instituição, associações e organizações não-governamentais.
Ao todo, o Coaf produziu sete relatórios. Seis deles considerados os mais importantes, pois identificaram a maior parte das transações financeiras foram elaborados em colaboração direta com o Ministério Público do DF, responsável pelas investigações, junto com a Receita Federal e a Polícia Civil de Brasília. As movimentações incluem saques, depósitos e transferências bancárias suspeitas e aquelas realizadas em dinheiro vivo acima de R$ 100 mil.
Sem licitação
Conforme as investigações, o BRB firmou contratos sem licitação com a Associação Nacional dos Bancos Estaduais (Asbace) e duas empresas de tecnologia, que por sua vez subcontrataram as ONGs. Embora se identificassem como sem fins lucrativos, as organizações atuariam como entidades de fachada para lavagem de dinheiro do grupo. Os recursos repassados às entidades, segundo as autoridades, eram desviados. Estima-se que o BRB tenha sido lesado em R$ 50 milhões.
O rastreamento das operações financeiras permitiu às autoridades identificar o caminho do dinheiro. A investigação constatou que essas organizações vendiam notas fiscais correspondentes a projetos e serviços não executados. O valor, em seguida, seria direcionado para os beneficiários do esquema, por meio de saques feitos com cartões corporativos pré-pagos ao portador.
Entre os detidos estão o ex-presidente do BRB, Tarcísio Franklin Moura, e o presidente da Asbace, Juarez Cançado.
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